"Big Bang Theory" e a fórmula para a longevidade
Sitcom estreia sua sexta temporada em setembro.
Leandro Ferreira
Por Leandro Sarubo
A sitcom criada para aproveitar o sucesso de Two And a Half Men e popularizar ainda mais o bloco de comédias da CBS cresceu, se desenvolveu e atingiu o ápice de sua popularidade e qualidade.
Em sua sexta temporada, “Big Bang Theory” trocou o posto de coadjuvante pelo título de protagonista no universo das sitcoms muito antes do entrevero entre Chuck Lorre e Charlie Sheen, que resultou na saída do astro – e principal razão de ser – da antes engraçada série sobre os Harper. Em fevereiro, para ninguém duvidar de sua ascensão, surpreendeu o mercado ao bater “American Idol”, maior grife da televisão americana contemporânea. Precisa mais?
O segredo do sucesso da série está na unidade de sua equipe. As piadas parecem segmentadas ao universo geek, mas não são. A perfeita sintonia entre Penny, personagem de Kaley Cuoco, e os quatro gênios de Pasadena simboliza a conexão entre o público e as sacadas, que vão da neurobiologia às limitações do Aquaman.
Jim Parsons, claro, é outro elemento fundamental nesta tabela periódica de risos. Ele é a camada de valência da série. Tudo se conecta a Sheldon, seu divertido personagem. Manias, gags, expressões faciais. Sem a menor intenção de ser popular, Parsons distribui e lidera as possibilidades observadas pelos roteiristas, construindo um confortável espaço na cultura pop.
Johnny Galecki (Leonard), Simon Helberg (Howard) e Kunal Nayyar (Rajesh) formam a trinca de gênios coadjuvantes que completa a comédia. Em comum, a capacidade de interpretar estereótipos com naturalidade. Qualidade observada nas presenças femininas convidadas a integrar o elenco e ampliar o leque de piadas. É assim, na possibilidade de reciclar e se renovar sem perder a essência, que Big Bang Theory se destaca.
Os doutores (sem ofensas, Howard) descobriram a fórmula da longevidade. Bom para a CBS, bom para o público.