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Publicado: Sexta-feira, 4 de maio de 2007

Aquecimento Global

Caro leitor, experimente fazer uma viagem mental à sua infância, tente lembrar das grandes festas do ano, carnaval, páscoa, festa junina, natal e ano novo. Agora tente lembrar as roupas que usava em cada uma dessas ocasiões. Lembro-me muito bem que o carnaval, passávamos sempre a beira da praia ou em alguma casa com piscina, com roupas de banho e se deliciando com aquele calor gostoso que apesar de nos fazer suar, podíamos ficar o dia todo na água, desde que tivéssemos aplicado o protetor solar, e tudo isso durava a semana toda de carnaval. Agora vamos às festas juninas. Lembro-me que nos vestíamos de caipira, bigodinhos feitos com carvão, porém sempre de calças compridas e acompanhados de um agasalho, pois sempre fez muito frio nos meses de junho e julho. E por fim, no natal voltávamos a ter aquele calor que incomodava tanto aquele gordinho da família que sempre era o escolhido para se vestir com as roupas quentes de Papai Noel.

 

Agora faremos uma análise dos dias de hoje, pode ser os últimos três ou quatro anos. No carnaval podemos até ir à praia, porém estamos arriscados a ficar uma semana debaixo de tempestades torrenciais que levam telhados e inundam enormes avenidas. Já no caso de céu limpo e sol, podemos até ficar na água o dia todo, porém estamos arriscados a adquirir câncer de pele ou queimaduras graves. Mesmo passando protetor solar, a recomendação é de não tomar sol das 10H00 as 16H00, ora bolas, mas é justamente esse o horário mais gostoso para se divertir em uma piscina ou nas ondas do mar! No período das festas juninas, dormimos com três cobertores durante a noite, levantamos e colocamos a roupa de caipira e quatro agasalhos, saímos de casa e em pouco tempo estamos suando feitos porcos, e já começamos a despir as blusas. O calor só aumenta, ainda mais dançando quadrilha debaixo de um sol forte, almoçamos e um ventinho gelado começa a soprar em nossos ouvidos, e diante de tantas mudanças repentinas adquirimos um baita resfriado. Enfim chega o natal, e aquele gordinho que se vestirá de Papai Noel, agora tem alguma chance de usar aquelas roupas quentes sem perder cinco quilos em suor e sem molhar a criançada que vem abraçá-lo, pois nunca saberemos se todos aqueles quitutes da ceia de natal, comeremos com o ventilador ou o ar condicionado ligados e tomando uma cerveja gelada, ou ficaremos trancados em casa em frente à lareira ou com o aquecedor ligado, jogando xadrez e tomando chocolate quente. Enfim, não precisamos de estudos, de números e de tantas pesquisas assim, para constatarmos que alguma coisa está acontecendo com o clima do planeta, basta olharmos para nosso passado, que nem precisa ser tão distante assim, para afirmarmos que o aquecimento global está aí, e se não fizermos algo a tempo, talvez nossos netos sequer tenham a oportunidade de fazer essas tristes comparações.

 

Fico admirado em saber que o grande senhor que comanda o mundo, Sr. George W. Bush, ainda não tenha feito tal comparação, e esteja tão despreocupado com esse aquecimento do planeta, a ponto de não optar em reduzir os níveis de poluição lançados pelo seu país, para não colocar em risco sua rica economia. Talvez sua infância tenha sido mesmo diferente, e ao invés de curtir as festividades que ocorriam durante o ano, ele estava preocupado em aprender com seu querido pai, como pensar apenas em guerras, guerras e mais guerras. E agora comanda esse país chamado de Estados Unidos que, além de tudo, não mede esforços nas tentativas de internacionalizar a área ocupada por nossa querida Amazônia, o pulmão do mundo. Tudo bem, pode até ser que nossos governantes tenham certa incapacidade de preservá-la, mas fica a pergunta: de que vai adiantar manter o pulmão do mundo vivo, se esse mesmo mundo, comandado pelo cérebro americano, fuma três maços de cigarro diariamente?

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