Colunistas

Publicado: Domingo, 2 de agosto de 2009

Pertencimento à Terra

Pertencimento à Terra

As notícias sobre o planeta não têm sido boas. Já sabemos, o aquecimento global está em curso numa velocidade maior do que se imaginou, as interferências do ser humano sobre o ambiente vêm ocorrendo há tempos “estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro...” Preâmbulo Carta da Terra.

Na atualidade, a busca simultânea de eficiência econômica, justiça social e cuidados com o meio ambiente levaram a uma série de transformações políticas, econômicas, sociais e ambientais que impulsionaram o campo da educação ambiental - EA. Surgida nos debates ambientalistas dos anos 70, a trajetória da EA tem influência dos movimentos que reivindicam uma melhor qualidade da vida e questionam o capitalismo como único modelo de desenvolvimento.
 
Várias são as possibilidades de construções da sociedade. O mundo visto como global e agora conectado possibilita um intercâmbio intenso de culturas e opções de vida, ficando cada vez mais clara a percepção de que as diferenças são em menor número do que as igualdades em todo o Ser Vivo que é a Terra.
Outras questões emergentes....
 
Direto da cidade do Rio de Janeiro, sede do VI Fórum Brasileiro de EA, encontro de âmbito nacional promovido pela Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA), um coletivo que reúne mais de 40 redes de educação ambiental e educadores ambientais do país. Entre os dias 22 a 25 de julho na UFRJ-Urca, mais de 2500 participantes construíram 100 mini-cursos e oficinas, 10 mesas-redondas, 20 Jornadas Temáticas, Encontros paralelos, lançamentos de livros, shows musicais, festival de vídeos, apresentação de pôsteres e muito conhecimento.
 
Todas as atividades tinham como tema transdiciplinar o Tratado de Educação Ambiental que foi produzido no Fórum Global da Rio-92. O documento de referência para a Educação Ambiental no Brasil foi o norte das produções coletivas, como define um de seus objetivos de que a “educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo ou lugar, em seus modos formal, não formal e informal, promovendo a transformação e a construção da sociedade”.
 
Composta por 40 redes locais e temáticas a REBEA coloca para os brasileiros alguns desafios que vão de encontro com diversas dinâmicas da vida social, do universo da juventude, gestão e políticas públicas, cidades educadoras, redes de Agenda 21 Local e uma ampla discussão acerca da avaliação dos 10 anos da Política Nacional de EA-PNEA.
 
A necessidade de transformação:
 
Claudison Rodrigues, o novo diretor da Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente deverá se preocupar em atender a uma série de requisitos pessoais e profissionais para representar uma diretoria que vem sofrendo abalos estruturais em âmbitos municipais, estaduais e transnacionais, bem como liderar as mudanças internas no momento que exige a transversalidade atenta das questões socioambiental.
 
E justamente cobrando atenção aos processos democráticos e cumprimento jurídico da Política Nacional Ambiental é que os Coletivos Jovens e outros integrantes da REJUMA realizaram uma intervenção artístico-manifesta expondo as diversas situações de risco ambiental por todo o território brasileiro. A intervenção ocorreu no início da fala do Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc onde representantes de Rondônia e Rio de Janeiro puderam ler o Manifesto da Praia Vermelha, sob acompanhamento atento do Ministro que logo ao retomar a fala se pronunciou alerta e que receberia as insatisfações como legítimas.
 
Ituan@s elos da Rede Paulista de Educação Ambiental-REPEA, da ONG Caminho das Águas, Instituto 5 Elementos e SOS Mata Atlântica compareceram e tiveram a oportunidade de participar do processo. Agora a tarefa é alimentar estas discussões na Câmara Tecnica de EA-CBHSMT, no Coletivo Jovem Caipira, e nos mais diversos espaços de convivência social ativa em Itu e região.


Os daqui apontam para a continuação e pertinência das tentativas de diálogo, da colaboração e aprendizagem entre os diferente setores da sociedade como passos para a construção de perspectivas locais de sustentabilidade. O esforço e a pressão coletiva no debate de alternativas viáveis de um mundo justo e solidário tendem a ganhar eco e força em momentos coletivos ampliados como foi o VI Fórum Brasileiro de EA.

A cidadania e a união planetária segundo MORIN (2000) “...é a exigência racional mínima de um mundo encolhido e interdependente. Tal união pede a consciência e um sentimento de pertencimento mútuo que nos una à nossa Terra, considerada como primeira e última pátria”.


Este artigo foi escrito por Patricia Otero e Carlos Diego, elos da Rede Paulista de Educação Ambiental-REPEA.

Comentários