Depoimento de Paulo Stucchi sobre a visão de marketing na Ecologia

Ter consciência sustentável e ecológica é um mérito. O problema é que, do ponto de vista empresarial, muitas organizações usam essa bandeira como marketing. Isso se deve a dois motivos: benefícios junto ao governo e a vigilância da sociedade e da mídia, que cresceu a um expoente infinito com a internet. Ou seja, hoje, ter atitudes sustentáveis, produtos verdes, é, acima de tudo, uma estratégia de valorização da marca. Obviamente que isso não exclui atitudes louváveis - mesmo porque, ainda que seja com objetivos mercadológicos, o meio ambiente agradece quando, para produzir, árvores não são desmatadas, nem crianças são usadas como mão de obra etc. Enfim, os fins acabam justificando os meios. O maior problema, a meu ver, é quando as empresas mentem, fingem ser sustentáveis, e não o são. Por exemplo, não adianta a Souza Cruz pregar uma atitude sustentável quando o produto que ela fabrica é agressivo aos consumidores. Isto é, o importante é bom senso. O consumidor e a sociedade têm que analisar as organizações como um todo, envolvendo os produtos que comercializa e a forma com que os produz. Postura crítica é fundamental nesse momento.

Sobre Paulo Stucchi

Nascido em Itu, Paulo Eduardo Stucchi de Carvalho é formado em jornalismo pela Universidade Estadual Paulista, especialista em Jornalismo Institucional pela PUC-SP e mestre em Comunicação Empresarial pela Universidade Metodista de São Bernardo; além de ser o editor da Revista Desktop (veículo especializado em artes gráficas e design).

No início deste ano passou a coordenar o curso de jornalismo da Faculdade Prudente de Morais (Itu), onde também leciona. Stucchi é colaborador do portal Itu.com.br desde 2007, assinando a coluna “Ruas por onde andamos”.