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Publicado: Segunda-feira, 1 de março de 2010

Aprecie "Porto Feliz - Roteiro dos Bandeirantes"

Barros Freire contempla a cidade das Monções!

Crédito: Alan Dubner / www.itu.com.br Aprecie "Porto Feliz - Roteiro dos Bandeirantes"
Barros Freire comemora o lançamento do documentário com o prefeito Maffei e a secretária de Saúde Claudia Meirelles (Porto Feliz/SP)

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Por Guilherme Martins com cobertura do evento por Alan Dubner

No dia 16 de outubro de 2008, a cidade de Itu ganhou mais uma homenagem à sua grandeza: o documentário Monumentos Históricos de Itu, produzido pelo cineasta José Antonio Barros Freire. Agora, outra cidade tem o privilégio de ter parte de sua história contada através da visão do profissional. Trata-se de Porto Feliz, que ganhou as monções retratadas no documentário "Porto Feliz - Roteiro dos Bandeirantes".

Os vários prismas do documentário

Logo de início percebemos a grandeza do documentário, através de lindas imagens aéreas do Rio Tietê e das grandes montanhas de vegetação que cobrem o redor dele. Toda a sequência pode ser degustada sob vários prismas, desde o conhecimento adquirido através da narração, passando pelas belas paisagens que são um colírio aos olhos, seguida pela doce melodia ao fundo, que executada ao piano torna a cena ainda mais agradável.

A supervisão musical da Escola de Música de Porto Feliz apresenta trilhas de consagrados Mestres do Conservatório de Tatuí e a participação especial de Anna Maria Kieffer e do Maestro Ricardo Bernardes.

Recheado de fontes competentes, com profissionais que agregam ao rico conteúdo do documentário, nota-se uma perspectiva de entrevista diferenciada em certos trechos, com os entrevistados tendo completo domínio do assunto abordado e até bem confortáveis diante da câmera de Dário José Sako, Rogério Rocha e Wildnei Santos Silveira. Os depoimentos de notáveis historiadores como a professora Cecília Helena de Salles Oliveira, da USP; professor Percival Tirapeli, da UNESP; professor Jonas Soares de Souza, da USP e colunista do Itu.com.br; e dos professores portofelicenses Juliana Gutierrez , Wagner Correa e Cláudio Maffei enriquecem ainda mais o documentário.

Os enquadramentos também são bem escolhidos e mostram que o espectador deve estar sempre atento às minúcias presentes na obra. O vídeo “Porto Feliz-Roteiro dos Bandeirantes” em formato jornalístico tem direção de José António Barros Freire (Monumentos e Museus Históricos de São Paulo) e edição de Alfredo Emil.

O documentário , diz o professor Jonas Soares de Souza, foi editado com o apoio do precioso acervo do Museu das Monções (Porto Feliz) e Museu Paulista (USP), que revela a trajetória das expedições com as telas dos famosos pintores brasileiros que se inspiraram nos desenhos feitos durante a expedição Langsdorf, em 1826, por André Taunay e Hércules Florense.

Imagens preciosas de arquivo do fotógrafo Haroldo Palo Júnior e das encenações realizadas durante a Semana das Monções, onde batelões navegam pelo Tietê, levam o espectador a uma fascinante viagem.

Vale lembrar que o documentário foi realizado com o apoio da Secretaria da Cultura de São Paulo - Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural (UFDPC), que incentiva as empresas e produtores independentes a divulgar a rica diversidade cultural paulista, utilizando os incentivos da Lei do ICMS.

Sirva-se de história e cultura

"Porto Feliz - Roteiro dos Bandeirantes” é um documentário em DVD sobre as Monções. Um dos mais incríveis capítulos da História do Brasil. Monção era o termo usado para designar as impressionantes expedições fluviais que, no século XVIII, navegavam no rio Tietê em direção a Cuiabá, percorrendo mais de 3.500 quilômetros por diversos rios. “Este documentário nos incita a ler e aprofundar o conhecimento sobre as Monções”, afirma o diretor Barros Freire.

“É uma merecida homenagem a Afonso Taunay, o historiador das Bandeiras Paulistas, um convite para visitar o Museu das Monções, em Porto Feliz, e conhecer o acervo precioso do Museu Paulista da USP, o popular Museu do Ipiranga”, afirma a professora Cecília Helena de Salles Oliveira.

Um pouquinho mais de história...

Almeida Júnior pintou, em 1897, "Partida da Monção" e dois dos mais importantes historiadores brasileiros eternizaram o tema: Afonso de Taunay, que reuniu e divulgou desconhecidos relatos e documentos de época, e Sérgio Buarque de Holanda, trazendo a luz o clássico “Monções”.

Em 1726 partiu de Porto Feliz para Cuiabá a maior expedição fluvial do Brasil: três mil pessoas embarcadas em mais de 300 rústicas canoas, também chamadas de batelão. Para superar os perigos, tempestades, cachoeiras, naufrágios e ataques indígenas, a navegação se fazia em comboios, em uma viagem de até seis meses.

"Feijão, farinha e toucinho era o alimento básico dos monçoeiros. Nasce aí o 'Virado à Paulista"', explica a Profª Juliana Moura Gutierrez, em depoimento sobre a preservação do patrimônio cultural imaterial de Porto Feliz, e o significado da Semana das Monções para as novas gerações.

É também emocionante o depoimento do artista italiano Bruno dei Giusti (90 anos) que dedicou parte de sua vida a contar a história de Porto Feliz em lindos painéis de azulejos na centenária Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens. A descrição da igreja desde a sua fundação e a interpretação da tela "Partida das Monçõe" é conduzida pelo professor Percival Tirapeli e os detalhes sobre o importante Patrimônio Histórico da cidade são contados pelo professor portofelicense, Wagner Correa, no documentário.

Como nasceu a obra

Durante gravações no Museu Paulista da USP para o DVD Monumentos de São Paulo, Barros descobriu a importância de Porto Feliz através das telas feitas por Andre Taunay e Hercules Florense, durante a Expedição Langsdorff entre 1826 1829. Almeida Junior, o genial artista ituano, pintou em 1897, a pedido do portofelicense Cesário Mota, uma tela de 6.40 x 3.90 metros com o titulo “Partida da Monção”. Eternizou o momento histórico.

“Nossa equipe ficou emocionada com a pesquisa e ensinamentos de Afonso Taunay e Sérgio Buarque de Holanda, sobre bandeiras, monções, o rio Tiete e o significado de Porto Feliz na historia do Brasil. Uma saga maravilhosa e desconhecida pela maior parte das pessoas”, declara Barros.

Nascia aí o sonho de realizar mais um documentár

Alan Dubner / www.itu.com.br
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