Publicado: Quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Entrevista com Claudia Meirelles
Lilian SartórioClaudia Meirelles é Mestranda em Políticas de Saúde Pública na USP, ex-gestora de Itu e Cabreúva e gestora de Saúde de Porto Feliz.
Itu.com.br – Claudia, você vê algum progresso na luta contra a dengue com todos os alertas e campanhas feitos pela mídia e escolas?
Claudia – Acredito que tem progresso, mas não podemos desconsiderar que o mosquito gosta do clima quente da região e este combate não deve ser feito apenas em época de campanha e sim constantemente. As pessoas devem se acostumar a tomar providências quando perceberem que algum lugar pode apresentar focos do mosquito transmissor do Dengue.
Itu.com.br – Claudia, você vê algum progresso na luta contra a dengue com todos os alertas e campanhas feitos pela mídia e escolas?
Claudia – Acredito que tem progresso, mas não podemos desconsiderar que o mosquito gosta do clima quente da região e este combate não deve ser feito apenas em época de campanha e sim constantemente. As pessoas devem se acostumar a tomar providências quando perceberem que algum lugar pode apresentar focos do mosquito transmissor do Dengue.
Itu.com.br – Apesar de todas as campanhas, muitas vezes não é possível fugir de uma picada do mosquito da dengue. Nesse caso, como a pessoas deve proceder?
Claudia – A pessoa infectada pelo vírus só sentirá sintomas quinze dias após levar a picada. Até então, não há muito que fazer. Eu já peguei o Dengue e assim que a doença for suspeitada, a pessoa deve colaborar com a Vigilância Epidemiológica das cidades por onde transitou, para ações de controle dos focos de mosquitos transmissores. No meu caso, levei a picada no Guarujá, depois passei por São Paulo, Sorocaba, Itu e Porto Feliz, e, todos estes lugares tiveram que passar por vistoria para a verificação de focos, para que demais pessoas não pegassem a doença.
Itu.com.br – Como médica, quais são as maiores dúvidas de pacientes infectados pela dengue?
Claudia – As dúvidas mais freqüentes são os sintomas, pois o Dengue nem sempre é a primeira suspeita dos médicos e dos próprios pacientes, podendo ser confundida com outras viroses. Os sintomas do Dengue são: febre alta, manchas vermelhas pelo corpo.
Quem já teve Dengue deve redobrar o cuidado, pois se contrair um outro tipo de vírus do Dengue (são 4 tipos diferentes) pode correr risco de Dengue Hemorrágica e Dengue com complicações, onde a letalidade é maior que 10 % (no estado de São Paulo, em 2006 foi de 25 %). O tratamento indicado para o Dengue clássico é muito repouso e hidratação, sempre com supervisão médica.
Itu.com.br – Você acha que as campanhas poderiam ser feitas de outra forma para atingir um maior número de pessoas? Como seria feita?
Claudia – As campanhas devem ser contínuas para terem mais respostas. Se os médicos , vigilâncias epidemiológicas, SUCEN e a população trabalharem juntos, os resultados serão melhores no controle dos focos do mosquito e também nas complicações clínicas.
Acredito que a campanha junto a Escolas é de grande ajuda. Em Porto Feliz fizemos uma gincana instruindo 4.000 alunos no combate de focos dos mosquitos Aedes, que se tornaram agentes mirins para inspeção e educação junto a suas famílias.
Itu.com.br – Deixe um recado para os leitores do www.itu.com.br sobre o tema.
Claudia – Para acabar com a Dengue, a batalha é constante. A eliminação dos focos de mosquito é a medida mais eficaz, pois ainda não há vacina eficiente para o combate à doença, que vem avançando rapidamente. O prejuízo, além da saúde, está também na área econômica, que frente a uma epidemia deixa de produzir pelo aumento de faltas no trabalho e propagação rápida do numero de doentes, aumentando custos em assistência e internações.
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