Publicado: Quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Entrevista com o infectologista Bastos
Lilian Sartório
Por Lilian Sartório (entrevista realizada em novembro de 2007)
Itu.com.br - Quais são os números de casos da Aids em Itu?
Dr. Bastos – Desde o ano de 86, quando começamos a acompanhar os casos da cidade, o número de pessoas soropositivos e com Aids é de cerca de 1100, sendo que 40% delas já faleceram. Esse número de óbitos também faz parte da estatística mundial sobre DST e Aids. Hoje, em Itu, conhecemos cerca de 280 casos da Aids e 300 de soropositivos. Mas existem muitas pessoas que se tratam em clínicas particulares e em outras cidades e não chegam a passar pelo Ambulatório de Moléstias Infecciosas de Itu, aquelas que sabem que tem a doença e preferem se isolar e aquelas que não sabem que estão infectadas. Existe uma previsão de que o número de infectados aumente para 3 ou 4 mil, se a epidemia não for controlada.
Itu.com.br – Os pacientes com Aids tem condições de serem tratados na cidade?
Dr. Bastos – Sim. O Ambulatório de Itu é especializado e atende a todas as recomendações do Ministério da Saúde. Depois da cidade de Sorocaba, Itu é uma referência no tratamento da Aids. A cidade é um polo de distribuição de medicação para a doença de várias cidades da região, como Salto, Tiete, entre outras. Além de ter uma equipe especializada e um centro para exames.
Itu.com.br – Um dos objetivos da Campanha de Luta contra Aids é acabar com o preconceito. Na sua opinião, por que existe tanto preconceito com a doença?
Dr. Bastos – O preconceito contra portadores da Aids existe desde o início dos primeiros casos da doença, pois ela era restrita ao que chamavam de “Grupo dos 4 H”, os Homossexuais, Hemofílicos, Haitianos e Heroinômanos (usuários de heroína). Por isso a doença era associada a pessoas que “faziam coisas erradas”. Esse preconceito ainda existe e é uma das principais barreiras contra o tratamento, já que o portador da doença não procura ajuda porque pensa que será discriminado pela sociedade e acaba espalhando o vírus.
Itu.com.br - A Aids não é mais uma doença restrita ao chamado “Grupo de Risco” ou eles ainda são os mais atingidos pela doença?
Dr. Bastos – Todas as pessoas pertencem ao grupo de risco. Hoje em dia, o maior número de casos da Aids é registrado em novos grupos, o de heterossexuais, mulheres, jovens de 15 a 30 anos e a classe média e baixa. Mas o preconceito continua.
Itu.com.br – Por que o número de casos de Aids em idosos aumentou?
Dr. Bastos – Das pesquisas atuais, cerca de 10 a 15% dos casos de Aids são idosos. Como disse, a Aids veio para outros grupos, e também não é diferente com os idosos que têm vida sexual ativa. A classe de idosos que são viúvos, por exemplo, tem uma maior diversidade de parceiros e com isso, mais riscos. Os idosos também tem um grande problema para aceitar a camisinha, já que não cresceram com essa idéia de prevenção.
Itu.com.br – Na sua opinião, por que os jovens não se preocupam como deveriam com as DSTs?
Dr. Bastos – Segundo os psicólogos que trabalham no Ambulatório, os jovens não têm muita noção de perigo e estão sempre dispostos a enfrentá-lo. Eles tem muitos sonhos, querem viver muitas aventuras e não sentem medo. Por exemplo, quando se é jovem, a preferência por filmes de terror é maior, o desejo de ir a uma montanha russa mais perigosa, de pular de skycoaster, pára-quedas, asa delta é um reflexo de que gostam de enfrentar desafios, de se sentirem super-heróis. Isso também acontece com o uso de preservativos, pois o jovem acha que está longe de pegar uma doença porque só faz sexo com sua namorada. Outro problema que enfrentamos com o jovem é a vergonha. Vergonha de ir na farmácia comprar um preservativo ou de ter uma camisinha em casa, já que o Brasil, por ser católico, não aceita esse tipo de coisa. Normalmente, acha que é pecado, e o jovem entra em choque, já que o Papa, a igreja dizem para não usar, o médico diz para usar, e isso gera uma grande confusão na cabeça deles. Os resultados disso são que, mesmo com todas as campanhas, segundo pesquisas, apenas 25% dos jovens usam camisinha.
Itu.com.br – Em Itu, quais são as principais ações na Luta contra Aids?
Dr. Bastos – Em Itu, além de seguirmos as campanhas elaboradas pelo Ministério da Saúde e pela ONU, que acontecem no Dia Mundial de Luta contra Aids e no Carnaval, damos palestras informativas em empresas, fábricas, etc. Há um ano, também começamos a desenvolver a Campanha Educativa das Escolas. Como esse ano, o tema do Dia Mundial é “Adolescência” nós faremos, do dia 3 ao dia 7, campanhas nas escolas, envolvendo palestras, abordagem no ambulatório e apresentação do filme “Cazuza”, no UniCine, que trata o tema de forma clara para os jovens. Além, é claro, do incentivo ao uso de preservativo.
Itu.com.br - Quais são os números de casos da Aids em Itu?
Dr. Bastos – Desde o ano de 86, quando começamos a acompanhar os casos da cidade, o número de pessoas soropositivos e com Aids é de cerca de 1100, sendo que 40% delas já faleceram. Esse número de óbitos também faz parte da estatística mundial sobre DST e Aids. Hoje, em Itu, conhecemos cerca de 280 casos da Aids e 300 de soropositivos. Mas existem muitas pessoas que se tratam em clínicas particulares e em outras cidades e não chegam a passar pelo Ambulatório de Moléstias Infecciosas de Itu, aquelas que sabem que tem a doença e preferem se isolar e aquelas que não sabem que estão infectadas. Existe uma previsão de que o número de infectados aumente para 3 ou 4 mil, se a epidemia não for controlada.
Itu.com.br – Os pacientes com Aids tem condições de serem tratados na cidade?
Dr. Bastos – Sim. O Ambulatório de Itu é especializado e atende a todas as recomendações do Ministério da Saúde. Depois da cidade de Sorocaba, Itu é uma referência no tratamento da Aids. A cidade é um polo de distribuição de medicação para a doença de várias cidades da região, como Salto, Tiete, entre outras. Além de ter uma equipe especializada e um centro para exames.
Itu.com.br – Um dos objetivos da Campanha de Luta contra Aids é acabar com o preconceito. Na sua opinião, por que existe tanto preconceito com a doença?
Dr. Bastos – O preconceito contra portadores da Aids existe desde o início dos primeiros casos da doença, pois ela era restrita ao que chamavam de “Grupo dos 4 H”, os Homossexuais, Hemofílicos, Haitianos e Heroinômanos (usuários de heroína). Por isso a doença era associada a pessoas que “faziam coisas erradas”. Esse preconceito ainda existe e é uma das principais barreiras contra o tratamento, já que o portador da doença não procura ajuda porque pensa que será discriminado pela sociedade e acaba espalhando o vírus.
Itu.com.br - A Aids não é mais uma doença restrita ao chamado “Grupo de Risco” ou eles ainda são os mais atingidos pela doença?
Dr. Bastos – Todas as pessoas pertencem ao grupo de risco. Hoje em dia, o maior número de casos da Aids é registrado em novos grupos, o de heterossexuais, mulheres, jovens de 15 a 30 anos e a classe média e baixa. Mas o preconceito continua.
Itu.com.br – Por que o número de casos de Aids em idosos aumentou?
Dr. Bastos – Das pesquisas atuais, cerca de 10 a 15% dos casos de Aids são idosos. Como disse, a Aids veio para outros grupos, e também não é diferente com os idosos que têm vida sexual ativa. A classe de idosos que são viúvos, por exemplo, tem uma maior diversidade de parceiros e com isso, mais riscos. Os idosos também tem um grande problema para aceitar a camisinha, já que não cresceram com essa idéia de prevenção.
Itu.com.br – Na sua opinião, por que os jovens não se preocupam como deveriam com as DSTs?
Dr. Bastos – Segundo os psicólogos que trabalham no Ambulatório, os jovens não têm muita noção de perigo e estão sempre dispostos a enfrentá-lo. Eles tem muitos sonhos, querem viver muitas aventuras e não sentem medo. Por exemplo, quando se é jovem, a preferência por filmes de terror é maior, o desejo de ir a uma montanha russa mais perigosa, de pular de skycoaster, pára-quedas, asa delta é um reflexo de que gostam de enfrentar desafios, de se sentirem super-heróis. Isso também acontece com o uso de preservativos, pois o jovem acha que está longe de pegar uma doença porque só faz sexo com sua namorada. Outro problema que enfrentamos com o jovem é a vergonha. Vergonha de ir na farmácia comprar um preservativo ou de ter uma camisinha em casa, já que o Brasil, por ser católico, não aceita esse tipo de coisa. Normalmente, acha que é pecado, e o jovem entra em choque, já que o Papa, a igreja dizem para não usar, o médico diz para usar, e isso gera uma grande confusão na cabeça deles. Os resultados disso são que, mesmo com todas as campanhas, segundo pesquisas, apenas 25% dos jovens usam camisinha.
Itu.com.br – Em Itu, quais são as principais ações na Luta contra Aids?
Dr. Bastos – Em Itu, além de seguirmos as campanhas elaboradas pelo Ministério da Saúde e pela ONU, que acontecem no Dia Mundial de Luta contra Aids e no Carnaval, damos palestras informativas em empresas, fábricas, etc. Há um ano, também começamos a desenvolver a Campanha Educativa das Escolas. Como esse ano, o tema do Dia Mundial é “Adolescência” nós faremos, do dia 3 ao dia 7, campanhas nas escolas, envolvendo palestras, abordagem no ambulatório e apresentação do filme “Cazuza”, no UniCine, que trata o tema de forma clara para os jovens. Além, é claro, do incentivo ao uso de preservativo.
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