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Publicado: Segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Dia do Jornalista - Carla Campos

Crédito: Arquivo Pessoal Dia do Jornalista - Carla Campos
"A valorização da profissão também é assunto sério hoje em dia"

Qual a missão do jornalista?
 
Contar histórias que façam a diferença e provoquem reações. Não tem nada melhor do que mudar uma realidade porque o seu trabalho provocou aquilo.
 
Qual o maior desafio?
 
Fazer bom jornalismo no interior, onde o mercado é mais restrito e as empresas de comunicação são mais suscetíveis a relações de dependência econômica, com proximidade perigosa com prefeituras, grupos políticos ou comerciais. É difícil manter a linha. A valorização da profissão também é assunto sério hoje em dia. Há uma irresponsável exploração de mão-de-obra barata e sem formação específica invadindo as redações, sobretudo dos veículos que não têm responsabilidade com o trabalho que realizam. Não sou contra estagiários em empresas de comunicação (acho que todo mundo precisa ter a chance da experiência, desde que convivam com profissionais e tenham a condição de "aprendizes", como prevê a lei e regulamentações do sindicato). Mas sou radicalmente contra dar a um estudante de jornalismo o status de profissional (atribuindo-lhe responsabilidades e cobranças), e continuar a remunerá-los como estagiários. São coisas que simplesmente não combinam. Se o estudante está "pronto" para manejar uma máquina fotográfica, um microfone ou um gravador, e sair na rua para fazer uma pauta, também está preparadíssimo para receber no mínimo o piso da categoria.
 
Qual o seu sonho como jornalista?
 
Construir uma carreira sólida, fazer algumas especializações e, quem sabe, ganhar alguns prêmios.
 
Qual é o tipo de mídia com que mais se identifica?
 
Jornal impresso.
 
Como você descobriu que queria ser jornalista?
 
Não foi propriamente uma descoberta, um momento de start ou algo assim.
Para mim foi algo extremamente natural. Meu irmão era radialista e eu vivia no meio. Quando vi, já estava fazendo o meio também.
 
Conte uma reportagem que mudou sua vida.
 
Não me lembro de nada muito especial. Algo mais marcante foi cobrir a descoberta de um bebê que acabara de ser abortado pela mãe e jogado no rio Tietê. Foi algo bem chocante no início da minha carreira.
 
Complete a frase: "Se eu pudesse fazer um mundo melhor como jornalista, eu faria...
 
Todas as denúncias que pudessem resultar em cadeia para políticos corruptos

Carla Campos
é editora do Jornal Bom Dia.
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