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Publicado: Sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Uma viagem pela história

Jonas Soares de Souza, professor e exímio navegante da história, nos convida para embarcamos em um Batelão de peroba rosa e viajar pelo Brasil Colônia no roteiro navegado por Teotônio José Juzarte, entre 1769 e 1771, no rio Tiete, em direção às minas de ouro de Mato Grosso.

Antes da partida, ladainhas e orações na Igreja Matriz com direito a música Sacra do Século XVII, regência do Maestro Ricardo Bernardes e descrição dos detalhes de sua edificação, contados pelo Mestre Percival Tirapeli.

O Italiano Bruno de Giusti iria decorar as paredes da Igreja Nossa Senhora dos Homens durante anos e anos de sua vida. Ë uma declaração de amor à cidade.

Partimos do porto de Araritaguaba, sob o comando do professor Jonas em direção a foz do Paraná, com orientação do professor Wagner Correa e seus mapas de navegação do século XVII. Uma viagem inesquecível... Superamos mais de sessenta cachoeiras, varadouros, feras, nuvens de mosquitos e ataques de índios Guaranis, Kaingangs e Paiguás.

Sob a luz de mil estrelas, nos alimentamos de feijão, farinha e toucinho. Virado a Paulista dizia o professor Claudio Maffei, enquanto marcava a cadência das remadas com fortes batidas de pé na proa do batelão.

Nas margens, paisagens inesquecíveis eram apontadas pela professora Cecilia Helena - presentes no rico acervo do Museu Paulista e Museu das Monções A exuberante natureza do Tiete foi documentada por cenas de arquivo do fotógrafo Haroldo Palo Junior. Dezenas de fazendas de abastecimento das expedições deram origem a povoamentos que se tornaram grandes cidades as margens do Rio Tiete.

“Uma indescritível viagem de até seis meses vivida por homens, mulheres, crianças e que faz parte do imaginário do portofelicense”, comenta a professora Juliana Gutierrez.

Na volta a Porto Feliz, a cada remada, a certeza que um vídeo é pouco para contar uma historia tão linda e tão importante para o país. Vai incentivar a leitura e visitas aos Museus, que guardam a memória dos nossos antepassados.

No porto, ao desembarcar, uma festa! A alegria e a banda da família do professor Wagner Correa, os abraços carinhosos dos portofelicenses, liderados pela Miraci de Lazaro, Dona Tita e Débora Campos Sangeronimo.

Lá estavam os amigos da USP e UNICAMP, Oséas Sight Junior, Valderez Antonio da Silva, Sonia Leni Chamon Pardim, Paula Giovana Frias, Milton Ottoni e Claudemir Causim, com suas maravilhosas teses de mestrado e publicações sobre as Monções.

Alan, Deborah Dubner, Camila Bertotolazzi e Zito Viana, registrando o nosso retorno. Os câmeras Dario Jose Sako, Rogério Rocha e Wildney Silveira. Anna Maria Kieffer e o professor Tuto com as músicas incríveis para sonorização do trabalho.

O pensativo Alfredo Emil, que nos ajudaria na ilha de edição a sintetizar informações e imagens em trinta minutos de vídeo referentes a dois séculos de história.

Em silêncio e sorrindo, o professor Jonas Soares de Souza subia a linda escadaria do Parque das Monções. Em suas mãos um remo e o livro A cidade e o Rio - Araritaguaba, o Porto Feliz.
 

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