24 de março, Dia Mundial da Tuberculose
Brasil testa novo exame que promete diagnóstico mais rápido.
Camila BertolazziJá em fase de testes no Brasil o diagnóstico rápido que pretende identificar o bacilo da tuberculose e avaliar sua resistência. “Já estão sendo feitos estudos em Manaus e Salvador e há expectativa muito grande de que ele seja disponibilizado para utilização na rede pública ainda esse ano”, explica o dr. Marcelo Fouad Rabahi, presidente da Comissão de Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Ele alerta que o atraso no diagnóstico é um sério agravante desta situação, pois o seu retardo facilita a disseminação da tuberculose, que é transmitida pela tosse de pessoas doentes.
Por se tratar de uma doença endêmica no Brasil,, o pneumologista também defende a busca ativa de casos. Segundo ele, pessoas que procuram atendimento médico com quadro de tosse há mais de duas semanas, mesmo não apresentando um quadro clássico de tuberculose, devem ser investigadas, uma vez que a patologia pode se apresentar de diversas formas.
“Ainda hoje predomina a busca passiva, que é aguardar o paciente com tosse procurar o posto de saúde para descobrir se é tuberculose. Porém, desta forma, há um retardo muito grande no diagnóstico. Precisamos criar mecanismos para que a avaliação e o diagnóstico sejam feitos precocemente”, afirma.
Tuberculose no Brasil
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que o Brasil é um dos 22 países recordistas nos índices de incidência da tuberculose. Há uma estimativa de 80 mil a 90 mil novos casos ao ano e 5 mil óbitos.
Conforme o dr. Marcelo Fouad Rabahi, presidente da Comissão de Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), há, além dos doentes de fato, os pacientes infectados.
“Um terço da população brasileira é portadora do bacilo da doença, mas não a desenvolve. Para desenvolvê-la, há a necessidade de uma alteração na resposta do organismo, que varia de pessoa para pessoa e depende de uma série de situações clínicas”, explica.
Programa Nacional
Atualmente, toda a rede pública brasileira conta com o esquema de tratamento com dose fixa combinada, o mesmo esquema utilizado em quase todo o mundo. “Temos estas políticas implantadas, porém a erradicação da tuberculose depende de todos. Os gestores de cada estado e município precisam ter em mente que a tuberculose é um problema sério e geral, devendo ser intensamente combatido”, finaliza.
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