Criação de animais para consumo humano traz grande impacto ao planeta
Pecuária está entre as atividades humanas mais agressivas.
Deborah DubnerEm novembro de 2014, a FAO/ONU (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) publicou um importante relatório, intitulado World Livestock 2013: Changing Disease Landscapes ou Pecuária Mundial 2013: Mudando o Panorama das Doenças.
O grande destaque da publicação é a mudança no quadro geral de incidência e prevalência de doenças nos seres humanos ao redor do planeta, em virtude de fatores como o aumento da população, a expansão agrícola e a formação de cadeias globais de abastecimento no setor de alimentação.
O relatório alerta que a demanda cada vez maior por produtos de origem animal (incluindo carnes, ovos e laticínios) está gerando diversos impactos ambientais crescentes. A pecuária e outros tipos de criação animal estão entre as atividades humanas que são mais agressivas ao meio ambiente, alterando o equilíbrio de seus recursos naturais e, desse modo, facilitando o aumento dos riscos de doenças endêmicas e doenças crônicas não transmissíveis.
Considerando que os locais de criação são grandes celeiros de novas doenças, que a globalização do comércio traz uma maior facilidade de um novo vírus se espalhar e que o alto consumo de produtos de origem animal pode gerar doenças cardiovasculares, derrames, diabetes e mesmo determinados tipos de câncer, o relatório conclui que de cada dez doenças que surgiram nas últimas décadas, sete tem sua origem no aumento da procura por produtos de origem animal.
Com base nestes dados alarmantes, a publicação sugere uma abordagem preventiva que valorizem o modelo agroecológico e uma forma de organização socioeconômica mais justa, reivindicando iniciativas globais por parte de autoridades políticas. A FAO expressa esta proposta com alguns objetivos estratégicos que devem ser tratados de forma holística e sinérgica entre os setores de saúde e desenvolvimento. Esses objetivos incluem a eliminação da fome; a busca de maior sustentabilidade na agricultura, na silvicultura e na pesca; a redução da pobreza no ambiente rural e o incentivo para sistemas alimentares e agrícolas mais inclusivos e eficientes. Estas propostas visam colaborar para a redução dos riscos à interface entre humanos, animais e ecossistema.
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