Animais

Publicado: Quinta-feira, 28 de março de 2013

Uma atividade pra lá de animal: o Agility une saúde ao lazer

Entenda os benefícios desse esporte para cães e seus donos.

Crédito: Jéssica Ferrari / www.itu.com.br Uma atividade pra lá de animal: o Agility une saúde ao lazer
Durante o percurso, o cão é acompanhado de perto pelo seu condutor

Por Jéssica Ferrari

O Agility é uma atividade que está se tornando cada vez mais conhecida e praticada por cães, no território brasileiro. Durante o esporte, eles correm, demonstram agilidade, passam por circuitos pré-montados e superam obstáculos. Mas no fim do percurso, o que realmente importa são os vários benefícios dessa união de saúde e lazer.

A prova é praticada por duplas compostas de um cão e seu condutor. Durante a atividade, o animal passa por passarelas, rampas, gangorras, túneis, mesa, pneus, slalom e saltam. Tudo tentando não cometer erros, no menor tempo possível. Os donos ajudam dando comandos através de gestos e conduzem o cão pela pista sem tocá-los. “O Agility é um adestramento disfarçado de esporte”, afirma o médico veterinário, Aldo Marcellaro Júnior, proprietário do Clube de Cãompo em Itu, que já sediou vários campeonatos nacionais.

Com tanto esforço, a rotina de treinamento precisa ter um bom preparo tanto do animal, quanto do seu dono. “Os cães que participam do esporte treinam como se fossem atletas, e para que o condutor consiga acompanhá-los é preciso disposição”, explica Aldo. O treinador e competidor da modalidade, Alexandre Zanetti, está acostumado a preparar animais para a competição. Em 2003 ele fez seu primeiro curso de Agility e não conseguiu mais parar. Segundo Alexandre, para iniciar os treinos é preciso que o condutor tenha paciência para ensinar os obstáculos ao animal. As atividades devem ser realizadas em forma de brincadeira e em horário de pouco sol, para um melhor rendimento do cachorro nos exercícios. “O principal é a boa união entre o cão e seu condutor”, indica Zanetti.

A preparação pode ser feita por pessoas autodidatas, ou em escolas especializadas, como o Clube de Cãompo, que recebeu em 2011 mais uma final do Campeonato Brasileiro. Mas para competir, é preciso se cadastrar na Comissão Brasileira de Agility (CBA) e receber uma carteirinha.

As provas são divididas em três modalidades: Mini (cães de até 35 cm de altura), Midi (cães de 35,1 até 45 cm de altura) e Standard (cães acima de 45 cm de altura). É na última categoria que se encaixa o Border Collie, uma raça em destaque no esporte, que há tempos vêm sendo considerada a campeã da modalidade. “Eles têm uma boa memorização do percurso e muita força”, explica Alexandre. Mas isso não quer dizer que as outras raças não tenham vez. Afinal, o Agility é um esporte sem preconceitos e cheio de benefícios. “Qualquer cão pode treinar, mesmo os velhinhos ou os mais gordinhos. Nesses casos, é preciso tomar cuidado com as articulações, pois a atividade é de impacto”, alerta Aldo.

O Agility no Brasil

O Agility teve início em 1978 na Inglaterra, com o único objetivo de entreter o público presente na mais famosa exposição de cães do país, a Crufts Dog Show. Mas com o tempo, a prática foi ganhando cada vez mais adeptos e se espalhou pelo mundo. No Brasil, atualmente existem cerca de 1.000 cadastros de duplas participantes do esporte e mais de 30 escolas oficiais, segundo a CBA.

Em pouco tempo, a atividade trouxe medalhas para o país. “O Brasil participa do Campeonato Mundial desde 1999. Nosso primeiro título mundial veio em 2002, quando subimos ao pódium em primeiro lugar, na Alemanha, por equipes na categoria Standard. Em 2008, na Finlândia consagramo-nos novamente campeões por equipes, na categoria Mini e Standard, 1º lugar”, conta o coordenador da CBA/CBKC, Henrique Garcia.

Segundo Henrique, o Agility vem crescendo em diversos países e é a atividade canina que mais cresce no mundo. Entretanto há questões práticas que prejudicam a conquista desse esporte no Brasil. “Os elementos das organizações regionais trabalham de forma voluntária, o que lhes acarreta tempo na dedicação às atividades. Assim, alguns Estados ainda não possuem pessoas suficientes para trabalhar desta forma na organização de campeonato regional”, destaca. Outros fatores que prejudicam a visualização do Agility é a logística e a extensão territorial do país. Como exemplo, a distância e custos elevados com transporte, tanto do condutor quanto de seu cão.

O coordenador da CBA ainda afirma que os avanços tecnológicos e a mídia digital são um dos principais responsáveis pelo crescimento das informações sobre a atividade. “Ademais, no Agility todos são bem-vindos! Uma das coisas que mais cativa é a democracia. Tanto cães em suas inúmeras raças e também sem raça definida, como as mais variadas pessoas (crianças, jovens e experientes, homens e mulheres), todos podem compartilhar e competir juntos!”, finaliza Garcia.

Se você ainda não conhece o Agility e tem um grande amigo que gosta de farra, experimente! Vocês dois aprenderão juntos e ainda praticarão um esporte que é saudável e muito divertido!

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