2013, Sim e Daí?
Boa pergunta.
Afora o estardalhaço, muito além do espocar de rojões, através de morteiros ensurdecedores, dos quais todos acorrem para proteger cães e aves assustados, que bastassem os fogos de artifícios a embelezar os céus.
O ar de folia extravagante, com gritos à moda carnavalesca, semelha muito mais a uma expansão de cargas penosas colecionadas no inconsciente, que se buscar atirar para longe.
De ilusão também se vive, diz o chiste popular. Chiste mentiroso. Ilusão é fuga e mesmo assim momentânea.
Servir-se da abertura do ano novo para uma reflexão profunda, um estudo do comportamento pessoal e público, a ver com olhos abertos e atentos para onde caminhou a população, é de todo conveniente.
A velocidade da evolução tecnológica e os inventos caminham na proporção inversa à do relacionamento de pessoas. Pessoas são gente, que, além de predicados outros, deveriam ter coração e alma. Sensibilidade e calor humano. Solidariedade.
O Brasil está estragado. A desordem e a violência, num crescendo atemorizador.
Some-se à incompetência dos poderes para colocar ordem na casa, a afrontosa corrupção. Parecia que após o julgamento dito do século – o do mensalão – a limpeza iria começar. Anos de prisão para quase todas as figuras que invadiram a imagem e os textos da imprensa. Ao decidir-se porém para o ato último, o de fechar as grades, eis que se os premia, a todos os infratores e agora condenados, com o regime semi aberto.
Evidente está que com esse regime ameno, só dormir na prisão (e não nas celas) não vai mesmo se efetivar.
Ontem (2) ainda, viu-se um deles, dirigir-se à Câmara para entregar os papéis que o credenciaram a tomar posse hoje (3 de janeiro). É só acompanhar essa estapafúrdia ousadia para se ver como vai acabar.
Imagine o dito e pretenso parlamentar a safar-se todas as manhãs de sua cela e airosamente cumprir a penosa atuação no legislativo nacional e ao cair da tarde, de retorno ao confinamento noturno.
Gostaria de trazer melhores auspícios para o ano entrante, um 2013 cheio de luz e esperanças. Mas não dá.
A criminalidade – não se fala de Alagoas, Rio de Janeiro ou São Paulo – aquela mesma que ocorre na pequena Itu.
A população está atemorizada.
Aqui, se autoridades de todas as esferas não conseguirem assegurar confiança para se poder sair de casa – tanto à noite como de dia – que deixem de cobrar os impostos.
Aí, cada cidadão por si e com o dinheiro poupado por não carrear numerário diretamente aos cofres do erário, cada cidadão, repita-se, cuidará de adquirir sua própria armadura que o alivie.
Ufa!