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Publicado: Sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

A bicicleta e o aquecimento global

A bicicleta e o aquecimento global
Em meados de 1493, o mestre e revolucionário, Leonardo da Vinci concebeu em um de seus inúmeros desenhos e projetos, um veículo de duas rodas, com transmissão (engrenagens e correntes), movidos pela força humana através de alavancas que seriam impulsionadas com os pés.
 
Pela complexidade das peças e pela ausência de recursos para a produção das mesmas ou talvez pela simples falta de interesse dos nobres, o projeto foi engavetado, pois a maioria deles estavam sendo encomendados para a criação de armas e máquinas de guerra.
 
Podem ser estes, ou outros os motivos da desistência, apesar de que, até hoje alguns historiadores duvidem quanto à autenticidade do desenho, o que é uma pena!
 
Somente em 1761 com a Bicicleta de Kassler, depois em 1791 com o Celerífero do franês Monsieur de Sivrac e com a Draisinia do alemão Karl Von Drais em 1817 é que os projetos relacionados à bicicleta foram retomados, mas ainda eram muito distantes do modelo de Da Vinci.
 
Por volta de 1880 o Inglês James Starley idealizou o modelo que veio a originar as bicicletas modernas, mas com um problema, os pneus ou eram de ferro ou de madeira.
 
Em 1888 o Irlandês Jonh Boid Dunlop, patenteou o primeiro pneu, desenvolvido para o velocípede do seu filho, mesmo já sendo usado em carroças e patenteado no ano de 1845 por um engenheiro escocês.
 
Foi somente em 1891, que os franceses Edouard e André Michelin inventaram o clássico tubo de borracha fina, colado no aro e com uma válvula capaz de reter e soltar o ar contido dentro, o que veio  trazer mais conforto e uso da bicicleta.
 
Com o aparecimento do motor a base de combustão interna movida à gasolina, lá pelos anos de 1885 e adaptados em carroças e bicicletas, vindo a serem produzidos em série a partir do ano de 1888 na forma de automóveis e motocicletas, transformou o que era arte e auto-suficiência, em luxúria e comodismo.
 
A partir daí, tudo começou a se transformar. O abandono das energias limpas (humana, hidráulica, vapor e animal) e a utilização da força motriz foram fatores que contribuíram muito para estas mudanças, com o aumento da população mundial, novas tecnologias não pararam de aparecer. Novos materiais foram sendo descobertos e explorados indiscriminadamente, dando origem a matérias primas sintéticas e de difícil absorção pela natureza, transformando-se em um amontoado de resíduos que levarão milhares de anos para desaparecerem por completo da face do Planeta Terra, sem contar os gases emitidos no processo de produção.
 
Atualmente, perdemos a auto-suficiência, consumimos 25% a mais de recursos renováveis que o planeta é capaz de produzir. A grande maioria dos seres humanos não é capaz de se locomover mais de cinco quilômetros sem a dependência de um meio de transporte movido a combustível fóssil.
 
Com a globalização o auto-consumo aumentou ainda mais e com o aumento da produção, mais indústrias surgiram e com toda esta agressão e descontrole, vemos os resultados na forma do Aquecimento Global.
 
Hoje, as pessoas vêem nas engenhocas concebidas milagrosamente por Da Vinci, várias saídas para este mal. Infelizmente isso veio acontecer somente 514 anos depois.
 
Embora nem todos ainda possuam esta consciência, acredito que ainda dá tempo para mudarmos um pouco o rumo da história!
 
Uma coisa já é certa, o Planeta Terra já tem prazo de validade.
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