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Publicado: Domingo, 15 de outubro de 2017

A Caridade do Professor Raimundo

Crédito: Divulgação / Internet A Caridade do Professor Raimundo
Atores e Atrizes de talento foram salvos do ostracismo pelo programa de Chico Anysio.

Gosto de assistir a versão original da "Escolinha do Professor Raimundo". Graças ao Youtube, não dependo mais da Globo. Há centenas de episódios disponíveis na internet. O programa foi um dos fenômenos de audiência da televisão brasileira, marcando época. A fórmula não era nova, tendo sido aplicada anteriormente no rádio.

A enorme variedade de talentos no elenco permitia um sem número de situações e diálogos, com chistes e bordões, anedotas e estórias capazes de agradar a qualquer tipo de público. Caso não gostasse de um ou outro personagem, o telespectador certamente se agradaria com outros.

A grande classe misturava gênios do humor da velha guarda com novos artistas cômicos. Capitaneados por Chico Anysio, podíamos ver em ação Rogério Cardoso (Rolando Lero) ao lado de um Tom Cavalcante (João Canabrava). Muitos não sabem é que havia uma certa caridade por trás da contratação de tantos artistas para compor a Escolinha.

Graças à ótima audiência e aos patrocinadores Chico Anysio podia contratar, com salário digno, atores e atrizes de outrora que, por causa da idade avançada, já não conseguiam bons contratos com emissoras ou então manter uma carreira independente no teatro e no cinema.

Após um pioneiro protagonismo nos primórdios do humor televisivo, vários desses artistas estariam no maior ostracismo se não fossem alunos de Raimundo Nonato. Gente como Walter D'Ávila (Baltazar da Rocha), Mário Tupinambá (Bertoldo Brecha), Zilda Cardoso (Catifunda), Rony Cócegas (Galeão Cumbica), Zezé Macedo (Dona Bela), Brandão Filho (Sandoval Quaresma), Antônio Carlos Pires (Joselino Barbacena), Jorge Loredo (Zé Bonitinho), Orlando Drummond (Seu Peru), Castrinho, Costinha, etc.

Tudo que é bom dura pouco. Nem foi tanto o caso da Escolinha, que teve várias temporadas. Mesmo assim, um dia o programa acabou e deixou saudade. Recentemente o canal Viva, que também pertence à Rede Globo, produziu uma nova versão da Escolinha.

Particularmente, não gostei. Há um ou outro artista que se destaca, como é o caso de Marcos Caruso, Mateus Solano e Dani Calabresa, mas faltam justamente os antigos talentos, ausentes nesta nova produção. Faltam também a solidariedade e a amizade que unia o elenco da Escolinha original. Ainda bem que temos como escolher entre assistir a versão original ou a nova. Cada um faça a sua, sem chorumelas e rapidinho, porque é vapt-vupt.

Amém.

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