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Publicado: Terça-feira, 9 de outubro de 2018

A Derrota Acachapante das Pesquisas

Crédito: Internet A Derrota Acachapante das Pesquisas
Pesquisa eleitoral também pode ser uma forma de fakenews.

Computados os votos do primeiro turno das Eleições 2018, a grande derrota foi dos institutos de pesquisa. Não de todos, claro. Mas principalmente do IBOPE e do DataFolha, este último ligado ao Grupo Abril (VEJA) e à Folha de S. Paulo. A constatação de novas e tão grandes discrepâncias entre os resultados veiculados antes e a realidade dos votos após a apuração só fazem aumentar a certeza de que pesquisas eleitorais não são nada úteis para o eleitorado, servindo apenas como instrumento de influência midiática.

Só para ficarmos na Região Sudeste, foram espantosas as diferenças nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Neste último, até então, poucos sabiam da existência do candidato Wilson Witzel. Nenhuma pesquisa colocou-o como favorito e este acabou em primeiríssimo lugar, indo para o segundo turno. Na terra do pão de queijo, o candidato Romeu Zema surpreendeu. As pesquisas também o ignoraram e terminou a corrida em primeiro, indo para o segundo turno.

Os institutos de pesquisa e a mídia fakenews de sempre trataram como garantida e certa as eleições de Romero Jucá (Roraima), Dilma Rousseff (Minas Gerais) e Eduardo Suplicy (São Paulo) para o cargo de senador. Erraram feio, feíssimo. Também deram uma grande mancada afirmando o tempo todo que a renovação no Congresso e no Senado seria mínima quando, na verdade, acabou sendo a maior de todos os tempos, com aproximadamente 85% de eleitos novatos.

O que as pessoas em geral precisam entender é que essas pesquisas eleitorais não são feitas para descobrir a verdade das intenções de voto. Fomentadas por institutos que têm interesses próprios, servem mesmo é de ferramenta para manobrar as massas de incautos. Já tive a experiência de trabalhar com marketing eleitoral e sei que nem sempre a pesquisa publicada é condizente com a realidade apurada. E essa grande invenção do “dois pontos para cima ou para baixo” é também uma bela maneira de iludir os que pretendem uma análise séria de qualquer pesquisa.

Nestas Eleições 2018 já aprendemos várias coisas que nos servirão muito para o futuro. Uma delas é que o povo já não suporta mais a velhacaria dos políticos de carreira e não tolera os envolvidos em corrupção. Outra lição é a de que o horário eleitoral, obrigatório e não gratuito no rádio e na televisão, já não influenciam em nada os eleitores. E uma terceira lição é a de que pesquisas eleitorais não são confiáveis em sua grande maioria.

Em termos de democracia seguimos em frente, votando e aprendendo.

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