A dor do mundo
A dor do mundo é tão grande... De repente a gente se depara com ela, barulhando nossos pensamentos e embaralhando as perguntas. Perguntas estas que não têm respostas, porque o mistério é maior do que a própria vida.
Quando entro em conexão com a dor do mundo me sinto do tamanho de um grão de areia. Crianças que crescem na violência e nas drogas; mães e pais que enterram os filhos, caminho tão anti-natural; doenças incuráveis, acidentes inexplicáveis, partidas inesperadas.
É tão grande a dor do mundo que às vezes me afoga. E aí não sei o que fazer. Mas eu não gosto de sentir que não posso fazer nada.
Não posso evitar as coisas que estão além da minha compreensão. Mas posso oferecer uma escuta generosa.
Não posso evitar uma dor que não causei. Mas posso evitar causar alguma dor.
Não posso impedir as pessoas que amo de sofrer. Mas posso acolher o seu sofrimento.
Não posso mudar uma situação que me entristece. Mas posso encontrar alguma compreensão libertadora.
Não posso curar situações e pessoas que eu gostaria de curar. Mas posso dar o meu amor em qualquer situação.
Perdemos muito tempo causando dores e sofrimentos desnecessários. Fazemos guerra no nosso cotidiano, criamos tensões e batalhas completamente inúteis. Quanto desperdício! A dor do mundo é muito grande! Não podemos perder tempo com tanta bobagem!
Há muito pra se fazer! A estrada para gerar paz, alegria, amorosidade, compreensão, amizade e beleza é infinita. Tudo isso não tira a dor, mas traz conforto. Diz o ditado popular que “uma tristeza compartilhada é meia tristeza e uma alegria compartilhada é dupla alegria.”
Não posso curar a dor do mundo. Mas se a chama do amor de toda a humanidade estivesse acesa, certamente essa dor seria bem menor.
Não posso curar a dor do mundo. Não posso, e isso me entristece. Mas talvez em cada passo, gesto ou palavra eu possa ajudar a evitar algumas. E quando não posso impedir, que eu consiga ao menos ajudar a passar pela dor com mais dignidade e esperança.
É urgente! Porque a dor do mundo é muito grande! E nós nascemos para celebrar a vida!
- Tags
- deborah dubner