A educação que não temos...
A educação ocupa grande espaço na mídia; infelizmente apenas na mídia. Embora faça parte, repetidamente, de todos os planos de campanha dos políticos, morre com as apurações, para ressuscitar nas próximas eleições. Uma vergonha para os que se aproveitam e para quem os elege.
O governo fala bastante da educação, principalmente na hora de justificar orçamentos, verbas e impostos, mas pouco ou nada destina a ela, em especial aos maiores merecedores – os professores.
Precisamos de educação de qualidade, que eleve o nível de nossos estudantes e lhes dê uma verdadeira formação profissional, acompanhada dos valores humanos.
O mercado de trabalho reclama de falta de mão de obra bem formada. Isso prejudica não só o nível de emprego, como também o crescimento do setor produtivo que se vê muitas vezes desestimulado a investir, ou até obrigado a importar.
Estamos cuidando preferencialmente da economia como se ela fosse suficientemente capaz de cuidar do resto. Puro engano. O país cresce de modo desorganizado, desagregado, como um corpo em que as partes agem sem um cérebro pensante. A economia, puramente materializada, fria, estimula a concorrência, a rivalidade, a luta pela soberania, a ganância, o individualismo; vemos o descaso com o bem comum, com os direitos, com as garantias individuais. Acabamos virando números, cujo valor está na capacidade de consumir, isto é, alimentar o apetite da economia.
Ainda é grande a taxa de analfabetismo, inclusive do chamado analfabetismo prático, isto é, daqueles que apenas passaram pela escola...
O baixo nível de escolaridade e de qualificação profissional explica ainda o grande volume de pessoas fora do mercado de trabalho ora limitando as opções de emprego, ora alimentando baixas remunerações.
É preciso que a família e demais segmentos da sociedade, sobretudo aqueles ligados ao processo educativo, assumam suas falhas e decidam mudar os rumos da educação.
Queiram ou não, a melhora do ensino público é uma condição essencial. Afinal, este é o único capaz de atingir a todos e de estar livre das influências dos interesses econômicos. Além disso a educação é um dever do estado.
Por fim, estamos observando uma educação encolhida, insegura e superficial. Vemos muito medo e insegurança quanto a abordar valores morais e éticos, quanto a educar os sentimentos, quanto a corrigir, chamar a atenção, assistir e orientar. Afrouxa a cada dia a disciplina e o respeito; cai, também por parte dos pais, o apoio aos professores...
Como esperar um verdadeiro progresso escolar dos alunos?
Sem educação de qualidade, como esperar o desenvolvimento humano da nação?
A ciência comprova o quanto é prejudicial para o indivíduo a falta de investimento em saúde e em educação, na infância. Isso acaba comprometendo toda a aprendizagem.
A educação é um desafio, uma prioridade constitucional, infelizmente retardada ao longo desses anos todos. Até quando?