A essência do Amor
O tema é oportuno para o princípio do ano, pois, se predominasse o amor na humanidade, a vida seria um universo de felicidade, pois sofrimentos desnecessários (hoje corporificados mais em crimes, desastres, acidentes), sem dúvida, deixariam de existir.
Escrevendo sobre o amor talvez se pensasse logo na expressão “fazer amor”, unanimemente aceita pela maioria que vê na união íntima do homem e da mulher, o máximo prazer que deve ser usufruído por todos, salvo pelos consagrados – de maneira superior- a alguma vocação religiosa. Essa prática amorosa foi conceituada por Modestino, já no Direito Romano (Digesto,23.2/1) IPSIS LITTERIS: nupciae sunt conjunctio maris et feminae,et consortio omnis vitae, divini e humani júris comunicatio. União do homem e da mulher por toda a vida (monogamia).
A essência do amor, considerando esse tipo de união, só pode consistir em proporcionar a felicidade de forma recíproca, em outras palavras, cada cônjuge deve promover o bem para o outro em todos os sentidos. Na poligamia existe o prazer de forma abundante para o homem, não para suas companheiras, que se sentirão preteridas uma em relação às outras, motivando ciúmes e impedindo a felicidade.
De maneira que, no mundo atual, a facilidade dos relacionamentos íntimos, que vem sendo vistos com bons olhos pelos permissivos contemporâneos, afastando homem e mulher do legítimo casamento, promovem a desordem social no campo afetivo, daí recrudescendo as misérias morais consubstanciadas no crescente uso de drogas idem da violência que a coletividade quer impedir, mas finge desconhecer a maneira como fazê-lo, por defender intrinsecamente “princípios racionais e anti-cristãos”.
Como a maioria do país é cristã, sentimo-nos pois a vontade, dirigindo-nos neste momento mais aos católicos, onde o casamento, além de instituição jurídica e bíblica, é considerado como sacramento, um dos sete instituídos pela Igreja sob o nome de matrimônio.
Melhor do que explicações filosóficas acho mais conveniente e prático transcrever dois itens (337 e 338) do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, que ajuda a compreender a essência do amor: “qual é o desígnio de Deus sobre o homem e sobre a mulher? Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os no Matrimônio a uma íntima comunhão de vida e de amor entre si, “ assim eles não são mais dois, mas uma só carne.” (Mt.19,6). Ao abençoá-los, Deus lhes disse: “sede fecundos e prolíficos” (Gn.1/28)”
Para que fins instituiu Deus o Matrimônio? A união matrimonial do homem e da mulher, fundada e estruturada com leis próprias pelo Criador, por sua natureza está ordenada à comunhão e ao bem dos cônjuges, e à geração e educação dos filhos. A união matrimonial, segundo o originário desígnio divino, é indissolúvel, como afirma Jesus Cristo: “não separe, pois, o homem o que Deus uniu.” (Mc.10/9).”
- Tags
- roberto corrêa