A INVEJA É UMA M...! (O Vício da Inveja)
Eis um pecado sempre em moda. O problema é que ninguém admite que o tem. É politicamente incorreto confessar a própria inveja disso ou daquilo, desse ou daquele. E por isso muitos inventam desculpas furadas ou fazem um rebolado retórico enorme de negação. Mas a verdade, infelizmente, é que a maioria das pessoas cultiva esse pecado no coração. Muitas vezes sem perceber, mas muitas outras vezes sabendo disso no íntimo da consciência.
É fácil reconhecer o adepto da inveja: é aquele que nunca está satisfeito com nada; que é incapaz de ser grato por tudo o que tem e conquistou; que não consegue alegrar-se com o sucesso dos outros; que diante da felicidade alheia faz questão de apontar algum “podre” da pessoa, seja verdadeiro ou falso; que só aceita que há algo bom se tiver participação direta naquilo e que nada presta se vier do esforço dos outros; que por ser infeliz em seu íntimo não consegue ver nada de bom em coisa nenhuma.
A inveja é um vício de muitas pessoas na atualidade. E sabemos que é um vício justamente porque a maioria não se dá conta dele. É um pecado que destrói tudo ao seu redor: amizades, relacionamentos familiares, projetos de vida e carreiras profissionais. Quantos amigos o deixaram de ser porque uma das partes não alcançou o mesmo “sucesso” que a outra? Quantos namoros e casamentos terminaram porque uma das partes preferiu trocar alguém por uma pessoa “melhor”? Quantas pessoas já foram prejudicadas e até demitidas sem motivo além da inveja pura e simples?
O invejoso recebe como prêmio a solidão. Mas não aquela boa solidão, bem medida e calculada, vivida por livre escolha e nos momentos oportunos, usada para meditar, rezar, estudar, etc. O fruto da inveja é a solidão de quem já não pode escolher deixar de ser triste, pois as pessoas se afastaram, não mais a suportam, não têm mais prazer algum em estar perto dela. Eis então a grande cilada desse pecado: a inveja mata o invejoso, assassina seu espírito.
Contra a inveja, Jesus nos ensina: é preciso ser agradecido a Deus e aos que nos cercam. Quem pratica essa gratuidade sempre enxerga motivos para ser grato, mesmo enfrentando alguma dificuldade inerente à condição humana. Assim sendo, não perde tempo com comparações desonestas, comentários maldosos, murmurações mimizentas, fofocas odiosas, calúnias diabólicas, etc. O invejoso não vive de verdade, pois preocupa-se mais com a vida dos outros do que com a própria. A inveja é a vontade de que os outros sejam tão medíocres e infelizes quanto os próprios invejosos. Contra o “olho gordo” da inveja, deve-se usar colírio diet.
O pai da inveja é o Diabo, que sempre invejou o infinito amor que o Criador dedicou aos seres humanos. No fundo, embora jamais o admita, o desejo de Satanás é que ele fosse o mais amado por Deus, muitíssimo mais do que nós. Mas foi pelos seres humanos, não pelos anjos, que Jesus deu a maior prova de amor entre todas: entregar-se por nós numa cruz para pagar e apagar os nossos pecados. O Mestre da Gratuidade é, portanto, Jesus Cristo, que sendo o Filho de Deus alegra-se por todas as conquistas que construímos em nossa vida e que faz festa conosco a cada vitória conseguida com empenho.
Quem busca viver a gratuidade não perde tempo criticando a grama do vizinho, que sempre parece mais verde. Não cai na cilada das comparações injustas, julgando-se sempre em posição pior e vitimizando-se a si mesmo. Usa mais a língua para agradecer as coisas boas da vida do que praguejando contra uma ou outra contrariedade. Percebe, com alegria, que o sol nasceu para todos e que tanto faz quem consegue um bom bronzeado, contanto que estejamos todos aquecidos em conjunto.
A inveja é uma m...! Deixa pra lá, nem vale a pena! Portanto, cada um procure libertar-se do vício da inveja para deixar de ser escravo dos próprios maus sentimentos. A vida é muito curta para perdermos tempo sendo invejosos. Mais vale sermos gratos, satisfeitos, felizes com Deus e uns com os outros.
Amém.