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Publicado: Quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

A Itu de todas as épocas

A cidade de Itu entra garbosa nos quatrocentos e vinte anos de fundação, por isso mesmo a integrar o seleto e pequeno rol das cidades mais antigas do Brasil. Seja-lhe outorgada essa regalia e mérito na história pátria.

Ocioso repetir os por demais conhecidos títulos que com garbo ficou marcada, tanto no aspecto cívico, como no eminentemente cristão.

A ituanos, natos e os pelo coração aqui radicados, com menos de seus sessenta, setenta anos, certamente terão presa na memória a imagem saudosa de seus casarões e igrejas, verdadeiros monumentos, postos abaixo. Fica-se agora a questionar a surpreendente aquiescência do poder público, no passado, em permitir demolições uma atrás de outra. Algumas, por descuido ou causas não apuradas, pelo imprevisto de incêndios...

Claro que já agora, entre os prezados leitores vai-se dizer, que - águas passadas não movem moinho. Caso esse, pois, de um falso e suspeito jargão. Rememorações puras e irrecuperáveis doem na alma de quem as viveu.

Fique-se por ora com apenas algumas perdas irreparáveis e muito elucidativas: a antiga Casa do Barão; da Casa da Câmara, na rua da Palma, hoje Andradas; quatro sobrados no Largo da Matriz: a Casa Alberto a fazer esquina com o estreito Beco do Fuxico (7 de Setembro) e frontal ao sobrado (esquina da Barão do Itaim) ao lado da Igreja Matriz, no qual se hospedara o Clube dos Comerciários e, nos seus  baixios, o tradicionalíssimo Bar Aguiar; por fim o estreito sobrado, nem por isso menos gracioso, na esquina da José Elias e fronteiriço ao Salão Paroquial, surpreendentemente hoje transformado em estacionamento, a desfigurar o feliz aspecto de ter estado levemente voltado, em leve curvatura, para a imponente matriz da Candelária.

Cite-se ainda a derrubada do Conventinho das Mercês, com sua fachada a partir da esquina da Praça Regente Feijó e, ao longo da rua do Patrocínio, a ocupar  todo o quarteirão até a Travessa do Carmo.

Devolva-se também ao culto católico a normalidade da Procissão da Semana Santa, transmudada num aglomerado disforme de povo ao redor do Pálio, omitidos os cânticos sacros e apropriados, dispensadas as filas das muitas associações religiosas, uniformizada até, muitas delas.

Isto posto, não obstante essas perdas históricas parciais, a cidade vem sendo visitada de forma crescente, também alimentada pela jocosa fama de grandiloquência, bem ao sabor da curiosidade popular.

Constata-se doutra feita a olhos vistos, um empenho decidido de muitas reformulações na administração municipal. Essa tendência vai ao encontro da

aspiração de todos, aquilo em que ninguém acreditaria, do empenho sério de utilizar o erário para tão somente e apenas a favor da comunidade.

Problema que se afigurara desprovido de solução, depois de anos seguidos de racionamento, mediante empenho da administração anterior e consolidado pelo Executivo local, o líquido precioso satisfaz agora o consumo de todos.

Estaria perdida esta crônica, se não focalizasse fato primordial, de que vige em Itu o semanário “A Federação”, desde 1905. A uma estudante de Piracicaba, certa feira, com tema de Mestrado focado apenas nos periódicos centenários deste Estado, em visita ao jornal, salientou que justamente “A Federação” figurava na época entre não mais que 12 (doze) jornais, a ostentar tal performance.

 

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