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Publicado: Domingo, 26 de julho de 2009

A psicologia da fé

Reexaminando o instrutivo livro do Padre Leonel Franca sobre a psicologia da fé, achei oportuno tecer algumas considerações sobre essa importante virtude.
 
Ao abordar o tema, lembro-me do meu professor de catecismo Frei Fidelis (1937), que reencontrei 25 anos mais tarde em Botucatu. Já bastante idoso, nessa época, nas suas homilias dominicais, não deixava de abordar a questão da fé, insistindo com frequência que devíamos fazer tudo para aumentá-la.
 
Hoje, passados tantos anos, dou plena razão ao saudoso professor, porque vivemos cercados de mistérios e a ciência não apresenta – nem o pode fazer- soluções ou respostas para as dúvidas naturais de todo ser humano. Então precisamos crer, aumentar a fé para vivermos em paz, tudo fazendo para alcançar a relativa felicidade que este mundo pode nos proporcionar.
 
Como escrevo crônicas ou artigos succintos, me detenho a considerar, apenas breves aspectos constantes dos dois primeiros capítulos do livro epigrafado.
 
Leonel Franca depois de citar vários trechos dos Evangelhos em que Jesus salienta a necessidade de crer, transcreve o clássico texto de S.Paulo, definindo a fé: “realidade das coisas que esperamos, prova das que não vemos” (sperandarum substantia rerum, argumentum non apparentium Hebr. XI, I).
 
Continua ainda o Padre Leonel Franca: “a fé, portanto, não é uma persuasão subjetiva, é uma convicção sólida e fundada do que não se vê. O que é a experiência para as coisas sensíveis e a demonstração para as verdades científicas da ordem natural, é a fé para o mundo das realidades invisíveis: prova segura e indubitável de sua existência.”
 
Evocando a lógica, o autor relembra atitudes da inteligência em face da verdade, dúvida e opinião e arremata: “a fé não é dúvida, não é opinião, é certeza. No crente, nenhuma suspensão de juízo, nenhuma adesão oscilante e tímida, mas a convicção profunda de quem está com a verdade.
 
De maneira mais accessível define a fé (ato de inteligência que se chama fé), como o assentimento prestado a uma verdade, não por lhe penetrarmos a razão intrínseca, mas pela palavra autorizada de outrem que no-la afirma.”
 
Salienta ainda que, quase a totalidade dos nossos conhecimentos são obtidos embasados na aquisição pela fé. Deixa claro que a fé “é o veículo de quase todos os conhecimentos humanos.”.
 
“A fé é a grande educadora do homem, a sua companheira inseparável de todas as idades, na vida doméstica, intelectual e social. E não é esta averiguação um resultado acidental e contingente; é um corolário da própria natureza humana. A fé é natural no sentido mais próprio e rigoroso da palavra: atividade cognoscitiva inerente à nossa natureza e indispensável ao seu aperfeiçoamento”.

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