Colunistas

Publicado: Segunda-feira, 12 de junho de 2006

A Química da Paixão

A paixão perdeu um pouco do ar de mito e magia com a revolução da ciência. Hoje sabemos que áreas do cérebro são estimuladas e geram um padrão químico semelhante nos apaixonados.

Todas as descobertas levam ao modelo de desequilíbrio semelhante a muitas doenças, como o transtorno obsessivo compulsivo, a depressão, o autismo. Grande tolice!

A ciência pode (e deve) explicar o modo que o sentimento do amor afeta o cérebro, mas nunca terá teorias suficientes pra explicar seu misterioso e sedutor funcionamento em nosso coração.

O estudo dos trajetos bioquímicos da paixão levou à conhecimentos relevantes de alterações em partes do cérebro ligadas à recompensa do prazer, aumentando a produção de dopamina, hormônio responsável pela energia intensa, hiperatenção e euforia - ações que temperam atos de amor com audácia e nos levam a correr riscos.

Em compensação, a serotonina baixa em quase 40 % nos apaixonados, dando um perfil químico parecido aos que sofrem de transtornos obcessivos compusivos (TOC), trazendo fixação de pensamento na pessoa amada.

Tranqüilize-se. Depois de certo tempo, vem a oxitocina, responsável pelas relações estáveis, através da produção de sensações de serenidade e conforto, favorecendo sentimento de conexão e ligação.

Existe uma harmonia química nos diversos estágios do amor, inteligentemente conectada com a pessoa que escolhemos e experimentamos como parceiros.

O mecanismo desencadeante de um ou outro hormônio, norteador cientifico dos sentimentos não anula a necessidade impar de sustentar as relações de amor.

O mistério permanece capaz de tirar a saúde de muita gente e muito mais capaz de trazer vida e energia para outros.

Hoje, dia 12 de junho de lua cheia, abra-se para experimentações químicas misteriosas, insira leveza na sua vida, beije a pessoa amada.

Através do tempo ou da ciência, o amor ainda é o maior mistério do mundo, seu ar sedutor, impiedoso, voraz, terno, louco nos faz reféns independentemente do grau de racionalidade que temos ou do numero de remédios que tomamos para equilibrarmos o corpo e a alma.

Não tenha medo, arrisque-se e adoeça de amor.
Essa é uma epidemia que vale a pena. E que cura muito mais do que danifica.

Comentários