Adoração diurna, onze anos!
Em visitas às Igrejas Matriz, em algumas das paróquias ituanas, percebe-se que na maioria ou cuidaram de lhes anexar a Capela do Santíssimo ou então de ampliar e reformar as já existentes há mais tempo. Trata-se, em todos esses casos, da mais acertada e providencial das iniciativas.
É assim que estão distribuídos pela cidade ambientes primorosamente localizados, a favorecer a intimidade que se requer para as visitas ao Santíssimo. Em São Judas, ficou belíssima. Em São Camilo, inclusive, a capela é bem ampla. A própria Igreja de São Cristóvão soube também proporcionar um local à parte e favorável ao recolhimento. Quanto à Matriz de São José, sobre proceder a uma ampla mudança de interiores e principalmente no seu exterior, agora sim a ostentar belíssima fachada, também nela, num ponto bem à parte e íntimo, se recolhe reverentemente o Santíssimo Sacramento. Jesus, vivo, na Hóstia consagrada.
A existência de capelas para guarda, visitas e adoração, sempre chamaram a atenção. E se o assunto vem à baila, justifica-se porque, na Matriz da Candelária, igreja mãe na cidade, Jesus sacramentado fica exposto, para adoração diurna, das 7h30 às 17h. Fato que, talvez, ainda seja novidade para quem more distante da área central. Quem sabe.
Justamente neste novembro, dia 29, segunda feira, chega-se ao décimo primeiro aniversário de sua memorável instituição. Todos os anos esta coluna rememora a data. Hora também de fazer-se justiça ao Pároco de então, o Monsenhor Antonio Benedito Spoladore, que acatou de pronto a idéia e a implantou. O sonho vinha sendo acalentado por um pequeno grupo de fiéis e muito tempo se passou até virar realidade.
Boa a oportunidade para se salientar, vez mais, que a adoração ao Santíssimo, consagrada na liturgia católica, não se trata de cerimônia religiosa passageira e, por isso mesmo, independe da presença de povo ou pessoas em número elevado, como por exemplo acontece na celebração da Santa Missa. Jesus queda-se ali, exposto, fora do sacrário portanto, à espera de quantos desejem confidenciar com Ele, trazer-lhe e agradecer as boas notícias ou realizações pessoais, como também solicitar sua ajuda, sempre certa, nas eventuais dificuldades. Momentos de inteira intimidade, personalíssimos, na presença da suprema autoridade, sem a menor necessidade de se marcar hora.
Jesus tanto se coloca à disposição como assegura que os pedidos serão levados em consideração, mesmo quando sejam inoportunos a olhos humanos, pois o Mestre atende de forma adequada. Ele, de bondade infinita, ajusta os pedidos que, por desaviso, puderem não ser apropriados ou que sejam desnecessários. Dos proveitos para alma, afinal de contas, Ele sabe melhor que seus filhos.
Mesmo sem uma causa real, nos primórdios da adoração diurna em Itu, temeu-se pelo horário de almoço, quanto a se fazer contínua a vigília. Logo a preocupação se desfez. Os trabalhadores do comércio central, aos poucos, se inteiraram dessa modalidade de tributo ao Mestre e, justamente entre onze e treze horas, muitos costumam dedicar algo de seu tempo a visitas diárias.
Outrora bem mais difundida – inclusive na forma de adoração perpétua – atualmente esses atos de profunda piedade não são comuns nas cidades, principalmente durante a noite, por questões de segurança, problema outrora inexistente.
De todo modo, em suma, nesta sempre abençoada marca do 29 de novembro, que se rendam homenagens e adoração a Jesus sacramentado, no seu reduto acolhedor, a porta lateral localizada na rua Barão do Itaim, área mais central da cidade. Como se quisesse dali espargir graças para todos os lados e recantos.
“Hostia Santa, imaculada; pão dos anjos, pão da vida; à minha alma esmorecida, vem dar forças e vigor”, assim canta a dolente canção.
E continua: “Vem te rogo, Jesus meu, meu divino e eterno amor”.
Não existem termos de aferição para se aquilatar das infindáveis graças, copiosas e frequentes, que ao longo desses onze anos recairam e recaem sobre a cidade e seu povo.
Que privilégio!
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