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Publicado: Sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Agosto, dos gostos e desgostos

Outrora, quando ainda se conservavam comemorações de onomástico sem transferi-las para o domingo, era sempre e religiosamente a 8 de agosto que se festejava o Dia do Padre. Data, pois, deveras importante.

Outra motivação para que se tenha o dia 8 na conta de boa lembrança, é a de que nele nasceu o primogênito deste cronista, o João Paulo, que inspirou o pseudônimo para outro trabalho (Reflexões do Domingo), no jornal “A Federação”, de abril de 77 a abril último. Longos e memoráveis 31 anos.

Tem mais ainda. Vão se aperceber desde logo, os prezados leitores, que o rabiscador da coluna abre neste ensejo uma particular exceção para falar dos seus. Pelo menos na primeira parte.

As duas primeiras netas, filhas do João Paulo, vieram de um parto gemelar e a terceira, Marcela, esta num mesmo dia 8 de agosto, natalício do pai, portanto. Motivos de sobra, conceda-se, para um devaneio, muita festa e alegria.

Mas agosto proporciona mais menções ligadas à gente lá de casa.

É de 20 de agosto a data de aniversário da querida caçula, a graciosa Maria Betânia. Perdoem a “corujice”, mas é verdade. Vejam mais outro capricho, pois que a 20 de agosto, mesma data, ocorre o Dia de São Bernardo. É pouco?

Agosto tinha que marcar mesmo. Esse mês não se despede sem uma nota importante. No seu estertor, a 31, a data de nascimento do filho, saudoso e inesquecível, o querido João Sérgio, que num chamado pungente do Senhor, para Ele se foi. Decisão do alto não se discute; resigna-se, sob dor, mas com reverência, humildade e aceitação. Ah, com quanta certeza se sabe, que, no sagrado mistério da Comunhão dos Santos, ele está a velar e interceder pelos cá de baixo. Que saudade, filho...

Desvincula-se, adiante, do agosto de ordem pessoal para o de generalidades outras.

Recaem em agosto, também, o Dia dos Pais e a festa da Assunção de Nossa Senhora.

Data sobremodo expressiva, a da instituição dos cursos jurídicos, Dia do Advogado. Fora célebre no 11 de agosto, noutros tempos, aquela peraltice da “Pindura”, pelos trêfegos acadêmicos do Largo de São Francisco.

Outras efemérides de notória expressão, todas em agosto, a do Folclore, dos Bancários e o Dia Nacional de Combate ao Fumo.

Para o povo, por outro lado, agosto teria o inconveniente de se apresentar com datas sombrias e de mau agouro. Mera crendice. Em especialmente o dia 13. Se caí o 13 numa sexta-feira, nem falar.

Essa tendência alcançou ainda o mundo político brasileiro por crises advindas casualmente nessa fase do ano, a mais notória, a da morte do Presidente Getúlio Vargas. Premido e pressionado, deu cabo da própria vida, o modo que ele entendeu digno ante a opção de ter que se ajoelhar a injunções. Com erros e acertos, escreveu parte da história pátria e é de sua legislação o passo primeiro a dar dignidade ao trabalhador. Por isso mesmo e muito mais, alguém o proclamou, justificadamente, como o último estadista brasileiro.

Fosse para ampliar os queixumes de agosto ao plano internacional, se haveria de lembrar da ignomínia perpetrada pelo povo americano do norte, no primeiro ataque atômico da história, a 6 de agosto de 1945, sobre a cidade de Hiroshima. Três dias depois, 9 de agosto, foi a vez de Nagasaki.

Aliás, os Estados Unidos foram além. Vieram depois o Vietnã, Afganistão, Iraque. Nesta nação, particularmente – o Iraque - com o gravame de flagrante desconsideração e insensibilidade para com o maior repositório do passado, em monumentos e preciosidades históricas e bíblicas.

Tio, é um tratamento tão carinhoso, que se estende até aos amigos dos pais, além dos tios de sangue. Aqui, no aspecto da voracidade, o Tio Sam desmerece o apelido. Tio maldoso, ele foi. Com relação aos ataques a outros países, tudo é mera digressão, pois não se afirma que, afora as investidas contra Hiroshima e Nagasaki acontecidas em agosto, as outras são de datas diversas.

Agosto está apenas começando.

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