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Publicado: Segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

ÁGUA: apocalipse contemporâneo avassalador!

ÁGUA: apocalipse contemporâneo avassalador!
Ninguém merece... !!!

Isso não é um efeito surpresa ! As enchentes estão dando seus avisos de forma “homeopática” ano a ano. Assistimos estarrecidos às consequências. A culpa é de todos, inclusive dos indiferentes: crescimento desordenado, agressão ambiental, mudanças climáticas, falta de infraestrutura, dá pra achar, de “A a Z” um motivo que nos aplaque na “vergonha alheia”!!!

Sempre nessa época, há pelo menos uma década, assisto a chuvas avassaladoras, de consequências letais. Quando minha filha ia nascer (leia-se 20 anos atrás) meu grande medo era ter que atravessar uma Marginal de São Paulo durante uma “chuva de março”.

Esse ano está doendo mais do que a ordem natural das coisas. É tanto sofrimento que somos obrigados a deixar uma zona de conforto e avaliar o nosso papel no futuro. E temos que aprender a reagir e nos proteger também!

Neste instante, vale a solidariedade de tentar ajudar o próximo, muito próximo. Porque não conseguiremos atuar na India, Sri Lanka ou Brisbane, mas podemos ( e devemos) olhar para a região Sudeste deste nosso país continental. Rio, Minas e São Paulo compõem os estados mais ricos dessa nação, quase imunes aos abalos sísmicos e econômicos do mundo, mas igualmente sensíveis à força vingativa da natureza.

Os governos correm atrás do prejuízo: vejo isso com ares de clemência, “mea culpa”, dor alheia, mas melhor tarde do que muito tarde e melhor muito tarde do que tarde demais. Há muito que ser feito (e eu sempre repito isso).

A Cepal, Comissão Econômica para América Latina e Caribe, em dezembro de 2010 disse que a mudança climática mundial iria “engolir” 1% do PIB dos países da América Latina no próximo século. Isso significará crise nos financiamentos mundiais de políticas públicas de desenvolvimento, tendência natural dos países emergentes.

Chuvas, enchentes, tempestades, ventos, ciclones serão companheiros dos riscos de vida que enfrentaremos, como se não bastasse as doenças emergentes, o envelhecimento sem planejamento, o crescimento desordenado, vírus desconhecidos e implacáveis! Quanto medo de viver !!!

Na Bélgica existe o CRED (Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres) que aponta, cientificamente há mais de 3 décadas sobre as consequências de enchentes, focando na ocupação desordenada de centros urbanos, produção de lixo, alta concentração demográfica e falta de políticas públicas para esse fim.

Em São Paulo, temos uma emergente Política Estadual de Mudanças Climáticas que está nascendo timidamente e que se encontra em fase de consulta pública, para elaboração de consistentes decisões institucionais e governamentais sobre os problemas que as mudanças climáticas podem causar a todos. Não há distinção entre ricos e pobres, basta ver o que ocorreu na região Serrana do Rio de Janeiro.

E neste instante, valem dicas do Centro de Vigilância Epidemiológica de SP, pra amenizar doenças mal vindas, que ocorrem como conseqüência dessas tragédias:

1- Evite contato com as águas das enchentes. Caso isto seja inevitável, permaneça o menor tempo possível na água ou na lama. Não deixe que crianças nadem ou brinquem na água e na lama das enchentes, pois, além do perigo das enxurradas, eles podem ficar doentes. Ao retornar para casa após uma enchente, evite pisar diretamente na água ou na lama ou manusear objetos  que tenham sido atingidos por ela. Proteja os pés e as mãos com botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos.

2- Jogue fora medicamentos e alimentos (frutas, legumes, verduras, carnes, grãos, leites e derivados, enlatados etc.) que entraram em contato com as águas da enchente, mesmo que estejam embalados com plásticos ou fechados, pois, ainda assim, podem estar contaminados.

3- Lave bem as mãos antes de preparar alimentos e ao se alimentar.

4- Procure beber sempre água potável, que não tenha tido contato algum com as enchentes, e a utilize no preparo dos alimentos, especialmente das crianças menores de um ano.Para garantir que a água é segura para consumo, ferva-a por ao menos um minuto, ou adicione duas gotas de hipoclorito de sódio com concentração de 2,5% (água sanitária) para cada litro de água.

5- Os frascos de hipoclorito de sódio a 2,5%, próprio para diluir na água de beber e cozinhar, podem ser encontrados em farmácias ou supermercados. Em situações de enchentes mais intensas, geralmente os órgãos de Defesa Civil e Vigilância Sanitária distribuem gratuitamente o produto à população atingida.

6- Se sua casa foi atingida pela enchente, após o recuo da água providencie a limpeza e desinfecção dos ambientes, utensílios, móveis e outros objetos, adotando as seguintes providências:

Usando luvas, botas de borrachas ou outro tipo de proteção para as pernas e braços (como sacos plásticos duplos), descarte para a coleta pública tudo o que não puder ser recuperado e remova - com escova, sabão e água limpa - a lama que restou nos ambientes, utensílios, móveis e outros objetos da casa.

No caso dos utensílios domésticos (panelas, copos, pratos e objetos lisos e laváveis), lave-os normalmente com água e sabão. Depois, prepare uma solução desinfetante diluindo um copo (200 ml) de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) em quatro copos de água (800 ml).

Mergulhe na solução os objetos lavados, deixando-os ali por, pelo menos, uma hora. No caso dos pisos, paredes, móveis e outros objetos, após retirar a lama, lave o local com água e sabão e, a seguir, prepare uma solução diluindo um copo (200ml) de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) para um balde de 20 litros de água. Umedeça um pano na solução e passe nas superfícies, deixando-as secar naturalmente.

7- Se você tiver poço em casa e ele foi atingido por enchente é necessário fazer a desinfecção da água. Procure orientação na Vigilância Sanitária de seu município ou consulte o  Comunicado CVS/EXP 37/91.

Lembrem se que chuva + calor = Doenças Diarréicas,Tétano,  Leptospirose e Dengue ! Na dúvida, busquem auxílio médico de forma precoce.

Boa sorte a todos, colaborem na divulgação dessas medidas de proteção e sejam solidários com a dor alheia. É na dificuldade que descobrimos nossa força e nossa sensibilidade amor

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