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Publicado: Quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Água: nossa maior riqueza

A vida surgiu no planeta há mais ou menos 4 bilhões de anos. Desde então, a biosfera modifica o ambiente para uma melhor adaptação. Em função das condições de temperatura e pressão que passaram a ocorrer na Terra, houve um acúmulo de água em sua superfície, nos estados líquido e sólido, formando-se assim o ciclo hidrológico. A Terra é composta por 2/3 de água, sendo que apenas 0.65 % é de água doce. Em números, podemos afirmar que existe 1.36 bilhão km3 de água no mundo. Desta, 1.32 bilhão km3 (97,2 %) estão nos oceanos, 29 milhões km3 (2,15 %) nas geleiras e apenas 8.5 milhões km3 (0,65 %) de água doce total. Estudos afirmam que 97.54 % da água doce total é água subterrânea; 1.5 % está nos rios e lagos e 0.96 % em forma de vapor e umidade (Rebouças et al.,1999).
 
Sua importância para a vida terrestre é inegável. Não há ser vivo sobre a face da Terra que possa prescindir de sua existência e sobreviver. Mesmo assim, outros aspectos desta preciosidade também podem representar sérios riscos à vida.
As águas utilizadas para consumo humano e para as atividades sócio-econômicas são retiradas de rios, lagos, represas e aqüíferos, também conhecidas como águas interiores.
 
A principal fonte de águas doces no planeta localiza-se no escoamento de águas da superfície. O escoamento global anual é de 44.500 km2 por ano. A distribuição destas águas superficiais é extremamente desigual na Terra; mais da metade do escoamento ocorre na Ásia e América do Sul. Portanto, o Continente Sul Americano e o Brasil apresentam uma das maiores reservas de águas interiores do planeta. Estas reservas têm uma enorme importância ecológica, econômica e social. O Continente Sul Americano é dominado por grandes rios, extensas regiões de várzeas a eles associadas, áreas alagadas pantanosas e lagos rasos. Os grandes rios têm grande importância ecológica, econômica e social, drenando alguns, vastas áreas com escassa população (menos de 1 habitante por km2 - Amazonas) outros com grande concentração populacional (superior a 400 habitantes por km2). As interações destes rios com as populações locais, o uso destes recursos e os impactos das atividades humanas são de extrema relevância para os futuros usos múltiplos dos recursos de água doce no Brasil.
 
O sistema urbano típico de uso da água apresenta hoje um ciclo imperfeito. A água é bombeada de uma fonte local, posteriormente é tratada, utilizada e retorna para o rio ou lago, para ser bombeada novamente. Mas, a água que é devolvida raramente tem as mesmas qualidades que a água receptora (ou a água original, como foi extraída da natureza). Sais, matéria orgânica, calor e outros resíduos que caracterizam a poluição da água são agora encontrados.
 
O desenvolvimento das cidades sem um correto planejamento ambiental resulta em prejuízos significativos para a sociedade. Uma das conseqüências do crescimento urbano foi o acréscimo da poluição doméstica e industrial, criando condições ambientais inadequadas e propiciando o desenvolvimento de doenças, poluição do ar e sonora, aumento da temperatura, contaminação da água subterrânea, entre outros problemas.
 
O desenvolvimento urbano brasileiro concentra-se em regiões metropolitanas, na capital dos Estados e nas cidades pólos regionais. Os efeitos desta realidade fazem-se sentir sobre todo aparelhamento urbano relativo a recursos hídricos, ao abastecimento de água, ao transporte e ao tratamento de esgotos cloacal e pluvial.
 
Além destes impactos, ainda existem os causados pela forma desorganizada da implantação da infra-estrutura urbana: pontes e taludes de estradas que obstruem os escoamentos, redução da secção do escoamento de aterros, deposição e obstrução de rios, canais e condutos de lixos e sedimentos, projetos e obras de drenagem inadequados (Amabis & Martho, 1995).
 
Em muitas partes do mundo, a água tem-se tornado cada vez mais escassa e este
fato está associado ao acréscimo da poluição, ao desperdício e pela falta de uma política de educação ambiental, onde a sociedade deveria ser conscientizada do problema. A poluição poderá ser reduzida pela ampliação de programas, investimento em saneamento, incentivando as iniciativas privada e pública, e também através do aproveitamento do potencial humano à disposição nas Universidades e Institutos de Pesquisa. Quanto ao saneamento, o grande problema enfrentado pelos países do Terceiro Mundo e também por aqueles em desenvolvimento é o alto custo dos projetos e de sua implantação, o que implica em maior endividamento e remanejamento de recursos de outros setores, também considerados essenciais e prioritários, por exemplo, saúde e educação.
 
Vamos preservar nossa maior riqueza!
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
AMABIS, J.C.; MARTHO, G.R. Biologia das populações. São Paulo, Moderna, 1995,v. 03, 511p.
CHARBONNEAU, J.P. et al. Enciclopédia da Ecologia.Ed. da Universidade de São Paulo (EDU): São Paulo, 1979.
ODUM, E.P. Ecologia. Rio de Janeiro: Discos CBS, 1985. 434 p.
PELCZAR,M. REID,R& CHAM, E.C.S. Microbiologia. 1ª ed
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