AIDS e o mundo hoje
Aids é um velho assunto conhecido de todos. É hoje uma doença de mobilização social, assistencial, científica e antes de tudo, um grande link de educação para todos.
É verdade que os dados mostram estatísticas ainda alarmantes, que fazem com que gestores invistam incisivamente no combate à disseminação e falta de informação e na descentralização ao acesso ao diagnóstico e tratamento.
Mas vamos falar de vida, tema dessa campanha. Há mais de 25 anos, o diagnóstico de AIDS era uma grande tragédia, cheia de preconceitos, estigmas, obscuridades e morte. A ciência deu um show de competência no controle das consequências dessa infecção, embora ainda estejamos pouco distantes de uma vacina eficaz.
Você sabia que a transmissão vertical da AIDS, de mãe pra filho teve uma queda impressionante nos últimos 15 anos? O teste faz parte obrigatória do pré-natal. O teste rápido é realizado em todos os partos na rede pública e o tratamento de gestantes é monitorado e eficiente.
A mortalidade por AIDS também surpreende há quase 20 anos, em queda progressiva. Hoje, de todos infectados que morrem o índice não chega a 9 %, contra absurdos na faixa de 20 % nos anos 80.
A nossa região (DIR Sorocaba) abrange 48 municípios e a média de incidência da doença por habitantes é menor do que a média do Estado. Isso por conta de uma rede de pesquisa discreta e de competência irrepreensível que existe junto à equipe do hospital Regional de Sorocaba, que individualiza as necessidades de cada paciente e traz tratamentos inovadores para nossos doentes – que são 4 % dos doentes do Estado de São Paulo.
Não pára por aí: A AIDS é um verdadeiro instrumento de “advocacy” em saúde, uma modalidade de mobilização social que conscientizou governos e profissionais na busca de tratamentos para todos. Somos um dos únicos países do mundo que investimos em prevenção e tratamento como prioridade em saúde pública (todo infectado HIV tem direito a tratamento integral subsidiado pelo governo) e esse engajamento é exemplo mundial, confrontando países do primeiro mundo e países da África, onde nem 10 % da população infectada têm acesso a um tratamento digno.
Há muito que se falar sobre a AIDS, prestem atenção nesse dia 1º de dezembro. Uma grande homenagem à vitória da vida sobre a doença.
De olhos bem abertos permaneceremos unidos consolidando resultados positivos para todos, principalmente não descuidando da prevenção aos meios de transmissão da AIDS, pois ela é uma doença que se previne, acima de qualquer coisa.
Vivi experiências marcantes com pacientes e amigos, e tenho uma alegria Polyanna em relação a vitórias científicas e profissionais que pude presenciar, todas, com certeza cercadas de um grande desejo pela vida e pela felicidade.
Em especial, uma deferência sincera e necessária ao Dr. Fernando Ruiz, de Sorocaba, que abraça afetivamente seus pacientes e é exemplo a todos.
E homenageando a vida, um beijo público aos Marcelos que ocupam meu coração com pensamentos sobre o quanto é bom lutar pela vida. A partir do tratamento, eles têm uma maior qualidade de vida, novas perspectivas, o desejo de relacionar-se afetivamente, trabalhar, estudar, enfim ter projetos de vida.
Esqueçam o preconceito e a desinformação, não descuidem da conquista da vida sobre a AIDS.