Alegria Perfumada
Uma linda florista teve um dia uma ideia: espalhar junto com suas belas flores, sementes de Gratidão. Ligou-me para contar e perguntar o que eu acharia se meu livro “A Prática da Gratidão” fizesse parte do seu #Kitpresente #LivroeFlor. O que eu poderia responder? Pelo telefone, quis enviar flores perfumadas e agradecidas, por tão sensível ideia.
É incrível como a Gratidão planta bons sentimentos, pensamentos e hábitos. Quanto mais pratico, mais me surpreendo. Durante os oito anos de #umagradecimentopordia eu senti claramente esse poder. Mas ultimamente, com as rodas de conversa que tenho feito, inspiradas no livro, esta vibração ganhou uma potencialidade expandida.
Quando semeio, colho instantaneamente. O que ensino, aprendo em dobro. Ouço pontos de vista que ampliam minha visão. Tento responder a algumas perguntas que me fazem refletir sobre o que eu nunca tinha pensado. Por exemplo, uma pessoa em uma roda de conversa numa livraria perguntou-me se a Gratidão tem a ver com conformismo. Percebi em sua pergunta um tom de tristeza, como se estivesse me perguntando: “Eu tenho que desistir do que quero e aceitar que as coisas sejam assim mesmo? Isso é ser grata?”. Pergunta difícil, que exige sutileza na resposta.
Eu respondi que o sentimento de Gratidão nunca vem acompanhado de incomodo. Pelo contrário, ele transborda plenitude dentro gente. Toda vez que não conseguimos sentir Gratidão por algo ou alguém - e isso ocorre muitas vezes – estamos sendo convidados a transformar e não nos conformar. Aceitar não significa ser passivo. Podemos transformar o nosso olhar para uma situação e isso pode demorar muito: dias, semanas, meses ou anos. Tudo bem ser assim. Gratidão não pode ser obrigação, tem que nascer do coração livre. É exercício voluntário de beleza. Plantar flores no olhar, perfumar o sorriso de abrigo. Derreter as muralhas para não endurecer, acordar o espanto para tudo o que é simples. Ver brechas escondidas, adentrar por frestas de luz em meio à escuridão.
Em outra roda para um grupo de pessoas que trabalham principalmente no mundo corporativo, terminei a roda de conversa com uma Dança do Agradecimento, muito especial e conhecida no universo das Danças Circulares. Tudo o que foi conversado pôde ser sentido e silenciado, como um manto protetor de calor. Um belo exercício para unir a mente ao sentimento e colocar o corpo em ação através do movimento, para sair da estagnação.
Uma conversa que me tocou profundamente foi quando convidei o meu médico – Dr. Carlos Safi - para falar sobre os benefícios da prática da Gratidão para a saúde e bem estar. Foram muitas palavras e ensinamentos maravilhosos que ele nos trouxe nesta noite em Itu, na sala lotada de pessoas que certamente saíram melhor do que entraram. Destaco uma visão que ele compartilhoucom a gente: “A Gratidão é feminina! Ela tem na base hormonal dela a ocitocina, que é um hormônio associado ao bem estar, junto com a dopamina. Mas vamos deixar isso de lado um pouco. O que mais me fascinou neste convite feito pela Deborah e que me levou a observar e aprender esta sintonia fina, é que a Gratidão nos convida a fazer uma comunhão com o momento presente. Um dos maiores presentes da nossa vida é a percepção do momento presente. E é a isso que eu atribuo o efeito terapêutico e benéfico da Gratidão”.
Praticar a Gratidão eleva. Este exercício, em especial se é feito coletivamente, nos leva para uma qualidade vibratória leve e expandida. Nosso sentir pousa em um lugar onde é bom morar. Este lar é acessível a qualquer pessoa. Só precisamos encontrar o caminho e lembrar sempre de ir até ele.
Por tudo isso, minha alegria ficou perfumada, quando imaginei flores chegando, espalhando sementes de Gratidão...
Deborah Dubner tem plantado sementes de Gratidão com o seu livro "A Prática da Gratidão" e também em rodas de conversas, palestras e workshops. Inspirações que acordam o olhar para novas possibilidades e para as coisas simples da vida.
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