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Publicado: Sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Amparo de novo

Amparo é viva na memória, porque nela viveu-se um ano inteiro, na condição de funcionário do IAPI, nos bons tempos em que a previdência social era Pelo e a favor do trabalhador e lhe dispensava a obtenção de seus direitos sem os intrincados tropeços, embargos e percalços de hoje.

Orides Bonganha, o gerente da agência, instalada bem na metade do quarteirão único da rua Quinze, lado direito. Mais amigo, que gerente. De colegas de trabalho, o Edmar Monteiro, o Décio de Almeida Filho e o Disrael, esses que se sabe, falecidos.  Também, o Osvaldo Miotta, de quem não se teve notícia mais recentemente.

Instalado num quarto, interiores de casa simples, que pode ser vista agora, reformada, na rua Luiz Leite, 38.

O terceiro e último ano de Contabilidade, foi feito em Amparo, semeadas tantas amizades, às quais ora se homenageia, com a citação do conhecido Chico Alamino. Colegas de classe, falecidos, infelizmente, o Nelson Pinto Lima, cuja filha por sinal reside em Itu e o Lázaro Franco de Deus. Este, aliás, - o saudoso Lazinho – que a partir de uns meses, ofereceu a este colunista um quarto em sua própria casa e família, como se dela fizesse parte. Há obviamente muito mais nomes.

Hoje, 14 de janeiro da década que se inicia com 2011, desprendido por algumas horas de Serra Negra, local de hospedagem, emprega-se a manhã toda a percorrer a esmo as ruas de Amparo. Que saudade.

Ao subir a descer a rua 13 de Maio, centro comercial, nota-se o quanto muda e se moderniza uma cidade. Mesmo assim, com percorrer logradouros outros, notam-se as residências quiçá seculares ou quase, devidamente conservadas. Aquele recurso óbvio, sobejamente conhecido, de se proporcionar manutenção de casario com o simples cuidado de ser usado. A nossa Casa Imperial que o diga. Fechar as portas de um imóvel e abandoná-lo ao tempo, sucumbe mesmo.

Esse pecado, o da perda e demolição do conjunto arquitetônico ituano, aos seus habitantes que a promoveram e aos demais que a tudo assistiram passivamente, jamais lhes será perdoado. É parte da história de Itu ainda não escrita.

Venham até Amparo. Não é uma Ouro Preto, nem Tiradentes, nem Diamantina, até porque muito mais nova. Soube no entanto preservar belas casas, autênticos monumentos.

Não se poderia ter recorrido a melhor remédio para divagação do espírito, do que ir e vir por avenidas e vielas de Amparo, a relembrar a mocidade, os amigos, os fatos.

Retemperada a alma, vai-se à procura do carro estacionado em algum lugar, com tempo ainda de se conseguir chegar em Serra Negra para o almoço, porque programado antes.

Alma leve. Consciência tranquila.

Dons de Deus, a quem se ergam pois todas as graças e reconhecimento.

Amém.

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