Auxílio-mansão e gasolina a R$ 1,30
A crônica de hoje, de certo modo, segue no mesmo enfoque daquela da semana passada, a evidenciar os percalços de um Brasil atribulado e reservado ao fausto de uma minoria privilegiada, sentada comodamente nas poltronas do poder.
Se os temas de assuntos que andam na boca do povo fossem comparáveis, por exemplo, aos múltiplos quitutes oferecidos num restaurante de comida cobrada por quilo, tais casas de pasto poderiam eliminar todas as variedades e concentrar seu cardápio num único prato, a que se denominaria: corrupção.
Qualquer bate-papo, mesmo nas rodas de mera descontração, sérias ou de bisbilhotice, recaem nessa tecla. Assunto do momento.
O Executivo, Legislativo e Judiciário, dizem-se harmônicos e independentes entre si. Harmônicos, mais ou menos. Independentes, isso não se há de negar, pelo menos na facilidade de atribuírem-se regalias de toda ordem.
Já eram muitas, demasiadas, mas inventa-se a cada hora algo de novo a se acrescentar. Tem casos que se tornam engraçados, (embora no fundo você queira mesmo é chorar), até porque ofertam auxílio para despesas inexistentes.
O auxílio-moradia (pode rir à vontade), alcança até quem tem casa própria. Tais regalias poderiam denominar-se então, com mais propriedade, “auxílio-mansão”.
Da mesma forma, o caso de alguns engravatados, que não se pejam de que se lhes premiem também com o auxílio-refeição e, entanto, só cheguem ao local de trabalho após as duas da tarde.
Essa consideração é oportuna porque no fundo, contra o que se esbraveja no momento, se concentra somente no festivo achaque às burras da Petrobras, uma novela sem fim, com revelações dia a dia.
Alguém já parou para proceder ao somatório de todos os valores que a mídia apresentou até agora? E deixem a calculadora ligada porque, a todo instante, revelam-se quantias novas.
Continuam abertas, no entanto, outras mil e uma torneiras evasivas do dinheiro público. Até com certa vantagem, porque algumas dessas outras, além de desapercebidas, ficam na conta de desfalques menores. Até parece!
O que fazer então?
Transformar os encontros sociais e caseiros em choradeira inútil? Só isso? Se for assim que os papos se concentrem noutros pontos, menos relevantes, como, por exemplo, sobre futebol, televisão, moda e religiões novas que nascem do nada.
Arruaças de rua, bobagem. Ridículo que em sinal de protesto e à guisa de reivindicação faça-se a depredação daquilo que será reparado com o dinheiro do contribuinte..
Urge uma tomada de posição – não trabalho de um dia, mas de anos, por isso persistente – de cidadãos autênticos e patriotas que sem alarde, mas com firmeza, se reúnam para criar ideias de salvar o Brasil.
Existem algumas iniciativas dessa cor e intenções, mas poucas e que, isoladas, acabam por serem mero paliativo.
Evidentemente que qualquer ação dessa natureza não admitirá a participação de nenhum político atual ou antigo, incluídos portanto aqueles que já o foram. Até porque quem já exerceu cargos políticos no Brasil, até agora, não disse ao que veio. Conte-se nos dedos as exceções.
Ah, - somente para que o fecho não seja tão insosso - viram o preço do litro de gasolina nos Estados Unidos?
R$ 1,30.