Bacco embriagado
Ele se levantou, pegou o copo sobre a estante e esticou a camisa florida para esfregar o móvel, removendo assim a marca no mogno. Mudou o canal da televisão saindo do jogo do Guarani e indo para o show da Anitta. Descalçou os chinelos para atravessar a sala e não sujar o tapete aspirado recentemente. No corredor, enquanto passava pelo aparador, afanou uma bala de menta em vez do cigarro. Aproximou-se da pia, pediu licença à moça e, riachando suas calejadas mãos do roseiral aparado, foi envolvendo-a num abraço suave até encontrar o laço do avental, desfazendo-o promiscuamente enquanto lhe beijava o dorso. Ela adoeceu em seus braços, ceifando os primeiros frutos maduros de um tímido vinhedo em Mendoza. Ele aproveitou para tirar a alça do pescoço da amante salivando sua nuca e orelha numa única e elástica tragada. Lançou-na para fora da cozinha e a deitou em seus braços levando até o quarto. Depois de jogá-la na cama, ele vestiu o avental e desceu para a cozinha terminar de lavar a louça.