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Publicado: Terça-feira, 18 de outubro de 2011

Batizados adormecidos...

O cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, quando da Conferência Geral do Episcopado da América Latina e Caribe em Aparecida, afirmou que esta buscaria “despertar” os católicos.

De fato, temos muitos batizados, mas evangelizados e catequizados, nem tanto. Infelizmente muitos permanecem nesse “primeiro estágio” da fé católica. Ignoram os compromissos do batizado. Outros encontram-se no estágio de “cristão de missa”; no dia a dia vivem conforme o mundo. Também “faltaram” à catequese. Nem sempre culpados, se acham numa espécie de “analfabetismo religioso”. Somem-se aqui aqueles que aposentaram a fé e aqueles que enveredaram para “outros caminhos”.

Não chegaram ao estágio de “seguidores de Cristo”, de discípulos do Mestre.

Pergunta então o cardeal: “De quem esses batizados são discípulos? Do neoliberalismo, do consumismo...?” Eu diria que são discípulos do mundo econômico, do materialismo, do secularismo. Quase pagãos.

Lembrou ainda que “O grande envio do Senhor Jesus é um mandamento não só para aqueles missionários que vão à África, mas para cada batizado”.

“Estamos dormindo”, enfatizou. “Necessita-se reavivar o coração missionário dos batizados”.
Resta ainda uma cobrança: somos chamados a evangelizar, a anunciar o Senhor Jesus Cristo, a levá-lo a todas as criaturas, mas temos medo e acabamos escondendo-o, escondendo nossa fé, recolhendo nossas convicções, negando nossos testemunhos. Enfraquecemos nossa Igreja; desencorajamos futuros católicos. Negamos, na prática, aquilo que professamos...

“São muitos os cristãos que não participam da Eucaristia dominical nem recebem com regularidade os sacramentos, nem se inserem ativamente na comunidade eclesial. Sem esquecer a importância da família na iniciação cristã, esse fenômeno nos desafia profundamente a imaginar e organizar novas formas de nos aproximar deles para ajudá-los a valorizar o sentido da vida sacramental, da participação comunitária... Temos alta porcentagem de católicos sem a consciência de sua missão de ser sal e fermento no mundo, com identidade cristã fraca e vulnerável” (Doc. de Aparecida, 286).

Como vemos há muito que caminhar, muito que fazer por Cristo e com Cristo. “A messe é grande e os operários, poucos...” Talvez um “pequeno resto”, homens de boa vontade, vigilantes, que ouvem a palavra de Deus e as põem em prática. Bem-aventurados...Deles é o Reino dos Céus...
Para esses “filhos de Deus” a missão está apenas começando. Alimentados pela alegria de anunciar Cristo trabalham em favor da vida e para melhorar esse nosso mundo, cuja cultura, política e economia, precisam ser evangelizadas, humanizadas.

Nossa Igreja é sacramental e evangelizadora; o próprio Cristo assim o quis: “Ide pelo mundo, batizai e anunciai o Evangelho a todas as criaturas...”

A missão deixada por Cristo é para nós, seguidores do seu Evangelho. É um grande desafio, sobretudo nos dias atuais; nossa ação deve começar “em casa”, no nosso lar, na nossa família, na nossa Igreja, nas nossas comunidades; precisamos atingir primeiramente os batizados, reavivar neles a fé, colocá-los em missão, como fermento novo na massa inerte.

Conforme palavras de Bento XVI isto “não é algo facultativo, mas a vocação do Povo de Deus, um dever que lhe corresponde por mandato do próprio Senhor Jesus Cristo”.

Como Igreja, somos chamados a “confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários. Isso não depende tanto de grandes programas e estruturas, mas de homens e mulheres
novos que encarnem essa tradição e novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino, protagonistas de uma vida nova para uma América Latina que deseja reconhecer-se com a luz e a força do Espírito” (Doc. de Aparecida, 11)
 
Rezemos, com as palavras de Bento XVI ditas para o Dia Mundial das Missões, “para que cresça no Povo de Deus a paixão pela evangelização”, já que o anúncio do Evangelho “é o serviço mais precioso que a Igreja pode prestar à humanidade”. O Papa recorda, ainda, que todos os cristãos, não somente os missionários, existem “para mostrar Deus aos homens. E somente onde se vê Deus, a vida começa verdadeiramente”.

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