Batman: O Cavaleiro das Trevas - Parte 1

Ao lançar “Batman: O Cavaleiro das Trevas – Parte 1” a “ DC comics” pode ter confundido a cabeça de alguns fãs que não acompanham os quadrinhos do Homem Morcego. Por que esse ano a Warner, que tem os direitos do Batman no cinema, lançou “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”. Mas são coisas totalmente diferentes. Se o filme fala do fim do Batman, o desenho fala do ressurgimento após uma aposentadoria de 10 anos do Morcego. Bruce Wayne agora com 50 anos vive na mansão Wayne e se lembra dos tempos em que foi o Batman.
Nesse ponto das lembranças é que o desenho fica ótimo. Como no último filme do Batman do Christopher Nolan, onde ele explora a personalidade Batman/Wayne; no desenho isso fica mais intenso aonde em uma cena que começa a chover em Gothan, Bruce ouve o Batman falando com ele e em seguida um morcego invade a mansão. Essa psicologia do medo voltar ao coração de Bruce foi muito bem explorada.
Na Gothan onde não existe mais um Batman para olhar pela cidade, ela voltou ao tempo aonde as gangues tomavam conta da cidade e todos eram reféns do medo das ruas. Uma das gangues mais violentas são os chamados “Mutantes”. Frank Miller que é o criador da “Graphic Novel” “O Cavaleiro das Trevas”, ”300” e “Sin City”, adora encher os quadrinhos de referências e ele usa isso para brincar com os X-men,Spirit e até filmes Noir.
E falando em filmes o desenho faz uma grande homenagem a Blade Runner e Robocop, ao mostrar uma sociedade pré-futurista totalmente fora dos padrões, onde grandes corporações mandam mais que o estado, e isso influencia nos impostos, segurança e leis.
Quando o Batman volta à ativa ele é muito mais cruel que o Batman de anos atrás, chegando a uma violência absurda. Talvez a idade tenha o influenciado a não dar mais chances a criminosos. Com a volta do Batman ele é chamado de fora-da-lei ou como um psicólogo diz na TV um perversista sexual. E até um novo Robin surge dessa vez. Ele é uma garota. Carrie Kelley, a Robin, vê o Batman em ação e decide ajuda-lo a combater os mutantes. Nos quadrinhos do Miller ele chega a colocar o Bruce interessando sexualmente nela, que seria um caso de pedofilia por ela ser menor. Mas o desenho o diretor Jay Oliva quis deixar bem longe essa insinuação que os quadrinhos expõem.
Bruce enfrenta o líder dos mutantes em uma briga aonde a idade pesa para ele, por ter sido pego de surpresa. Ele perde e é quase morto, mas a Robin o salva.
Um dos pontos altos do Quadrinho e como o desenho também explora, é como o Batman deixa as pessoas serem mortas. Ele não se importa mais em só prender os criminosos ele quer machucá-los.
A cena onde o Batman tem a sua vingança contra o líder mutante é maravilhosa. Os diálogos são bem feitos e as cenas de uma crueldade e ao mesmo tempo um pulo de alegria. É fascinante como no meio de tanta violência ainda conseguimos ver uma satisfação dessa violência justificada. Talvez pelo ambiente que essa Gothan futurista expõe ou por que cansamos de ser reféns da violência e de um governo onde ser criminoso é mais viável do que ser trabalhador e os direitos humanos sempre passam a mão na cabeça de criminosos, apontando que eles são mais vitimas do que nós.
Mas em ano onde os filmes de heróis estão “bombando” como “Os Vingadores” e o próprio “Cavaleiro das Trevas Ressurge”, essa bela animação muito bem dirigida, e os quadrinhos também em alta com a nova série da “ DC Comics”, “Os Novos 52” vale à pena ficar de olho no morcego.