Bento XVI
A notícia sobre a renúncia de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, ressoou com uma das maiores surpresas dos últimos tempos.
Esse fato, por si só, mostra a relevância e influência da Igreja Católica Apostólica Romana, em todos os quadrantes da terra.
Em todos, porque a nenhuma parte da face terrestre, mesmo sob predominância de outros credos, indiferente ela não é. Para ninguém mesmo.
Compreensível, portanto, porque tal decisão repercute e vai repercutir ainda por muito tempo.
Da pessoa do Santo Padre, acima de tudo, vieram as mais coerentes e judiciosas explicações, a demonstrar sua responsabilidade, coragem, humildade, fé e tirocínio.
Além da visível precariedade de saúde, não sublimou nem escondeu dificuldades da Igreja como tal.
Justamente nesse aspecto altaneiro, consciente e aberto do Papa, começaram as críticas e mil opiniões de como deveria ele ter agido.
A questão da pedofilia do clero, americano sobretudo, não fugiu à obrigação de vultosa indenização e pedidos de desculpas. Coube a Bento XVI tratar de frente um problema que antecedia de muito tempo o seu pontificado.
Recomendou harmonia maior entre as autoridades clericais e o término de eventuais disputas internas por cargos e posições.
Num e noutro momento, por conseguinte, constata-se do Papa ter conhecimento pleno e corajoso da situação e nenhum propósito de oferecer imagem só positiva, porque afinal a Igreja, se assistida pelo Espírito Santo, é todavia feita de homens. Todos convidados à conversão, isto sem dúvida alguma.
A parte mais risível das observações de terceiros, católicos de nome ou não católicos, beira à infantilidade. A debandada de fiéis, acusa-se, derivaria do conservadorismo, um dos desacertos maiores. Ora, vejam não a maldade, mas até a simplicidade e inocência das pessoas que se acercam dos apóstolos milagreiros, cujos “bispos” e até “bispas” vão muito bem obrigado. Detentores de formidável patrimônio e aplicações financeiras de proporção descabida.
Num dos elencos de impropriedades, com o fito de sugerir atualização da Igreja e do clero, entre outras provas de desconhecimento, viu-se como favorável e oportuna a saída do Papa. Apenas que, ao final, a própria pessoa, ao dizer-se batizada e católica, assume a posição de não praticante. Esqueceu-se de que, um dos descaminhos que ocorrem numa Igreja se origina justamente do abandono e indiferença de seus pretensos seguidores. Confissão tácita de não saber nem ao menos olhar para si.
Ao serem editadas estatísticas, elas englobam quantos sejam os católicos, os assíduos e os indiferentes, num só percentual, inexato portanto. Curiosamente, os de fora são os que mais comprometem a imagem da Igreja.
A Igreja Católica tem e preza seus dogmas de fé.
Para fiéis cônscios e resolutos quanto aos preceitos e normas da Igreja, sobra-lhes o conforto e a certeza da promessa do próprio fundador, de que contra ela jamais irão preponderar as ameaças do averno.
A Igreja não soçobrará jamais.