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Publicado: Sábado, 23 de novembro de 2013

Brasil de hoje... e de sempre

O Brasil, hoje, é uma imensa mole humana, que percorre mil caminhos, ao talante do discernimento de cada cidadão em particular. Cada qual cuida de sua vida.

Quando se fala em estradas ou veredas que ao brasileiro cumpre palmilhar, elas se apresentam para uns esburacadas ou de pedregulhos, de terra batida para outros, ou mesmo bem assente ou pavimentada para uns poucos mais favorecidos ou mais esforçados.

Mesmo na senda dos caminhos amenos, os que andem por eles, não se livram de encontrar os obstáculos dos quais ninguém escapa, quer dizer, das dificuldades impostas pelas leis e obrigações geradas numa república malsã.

Na cúpula governista, nas três esferas, desde os acessos de mármores e granitos da capital federal, ao chão batido na entrada da humilde prefeitura de São Luís Direito do Catundé do Fundo, bem como nos demais poderes a completar a tríplice cúpula, dali emanam as mais contundentes e desencontradas normas de vida.

Mas são exatamente – e somente nelas – nos três poderes, que se tiram vantagens e privilégios sem conta, claro, na mesma proporção de importância e de possibilidades de cada um. Todos ganham no final das contas.

No Brasil peculiar – na terra do jeitinho – avultam sobremaneira, no entanto, além das facilidades que se atribuem os mandatários no crivo da lei porque assim eles as legitimam, grassa a pouca vergonha de uma corrupção deslavada. Vêm à tona, uma por minuto, daquelas que se consegue tirar o véu. Quem saberá das antigas e novas ainda devidamente encobertas?

E aí entra o fenômeno da passividade, de um povo sem vibração, da alienação, que lhe tira até o direito de reclamar. Sim, porque, amanhã, vai depositar os mesmos votos para manter lá no alto os inescrupulosos, insaciáveis.

Essa situação de crescente abuso e total descaramento de políticos velhacos, artífices de sucessivos escândalos, vai durar muito tempo ainda. O povo, por si, não sabe se conduzir e desapareceram do cenário os últimos e poucos homens de têmpera. É próprio de qualquer país que seus habitantes sejam norteados por uma voz confiável. O cidadão precisa ser liderado.

Chegou-se ao fulcro de toda problemática.

Homens públicos em quem o brasileiro se espelhe e de conduta limpa, onde estão?

Ao perpassar uma vista de olhos, ligeira que seja, por todos os ângulos de atividades, nos mais variados setores, quais vultos se destacam presentemente no Brasil?

Ao invés de continuar nesta peroração, até sob o risco de torná-la enfadonha, mais prático e útil que leitores todos, se o desejarem, respondam de si para consigo :

Quem faz nos dias de hoje um papel semelhante ao de um Ulysses Guimarães, Juscelino Kubitscheck, Mário Covas, tão poucos que se os contaria nos dedos?

Com a influência e ação de um Dom Helder Câmara ou de um Paulo Evaristo Arns?

De um médico humanitário, político impoluto, prefeito de visão e descortínio, como o fora, o saudoso dr. Felippe Nagib Chébel?

Na carência de líderes, um e todos se defendem e se salvam como podem.

Derrocada total de nomes e valores.

Carência de líderes.

Corrupção à solta.

Segurança zero.

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