Bye, Glauco!
De certa forma, a morte é sempre trágica. É o acontecimento que nos faz deixar de ver e conviver, para sempre, com alguém. Quando a morte vem de forma violenta, a tristeza aumenta. Se acontece por uma fatalidade, um acidente, só nos resta a conformação. Mas quando vem através de um ato violento, um crime, causa também revolta.
Foi através da violência urbana da atualidade que o Brasil perdeu hoje (12/03) o cartunista Glauco Villas Boas. Com apenas 53 anos de idade, foi assassinado em sua residência, em Osasco (SP). Levou quatro tiros à queima roupa. Seu filho Raoni, de apenas 25 anos, também levou dois tiros e morreu.
Quem nunca riu com uma tirinha do Glauco, não é da minha geração. Ou então não é brasileiro. Ou então nunca leu a Folha de S. Paulo. Ele deixou a cidade de Jandaia do Sul (PR) em 1976. Atuou no Diário da Manhã de Ribeirão Preto e começou a fazer fama no conceituado Salão do Humor de Piracicaba (SP). Começou na Folha em 1984 e foi reconhecido desde então.
Não questiono algumas idéias e conteúdos de seu trabalho. Glauco era um artista, um defensor e praticante da liberdade de idéias. Particularmente, dei muitas risadas na adolescência com as tirinhas de Los Três Amigos. Sem falar nas tirinhas com sacadas políticas geniais da parte dele.
Podem pegar os assassinos, condena-los, etc e tal. A verdade é que Glauco se foi. É mais um artista que se vai desse grande palco da vida. Estará a arte perdendo a batalha para o crime? A liberdade vai perder aos poucos a guerra para a violência? Sinceramente, espero que não. Bye, Glauco!
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