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Publicado: Sexta-feira, 29 de abril de 2011

Caldas Novas

Quando acontece o retorno a uma cidade após muitos anos, chega-se com a impressão de se rever tudo como era antes.

Logo na entrada, porém, a surpresa. Quantas mudanças naquele lugar, nesses dez, quinze, vinte anos.

No caso de Caldas Novas, então, acontece até um susto, eis que nada mais lembra o pacato município. Ela cresceu assustadoramente. A estranheza maior decorre de que outrora se dizia dela, estar impedLida de ali se construírem edifícios de mais de três andares, para não prejudicar e assim equilibrar o consumo e a temperatura das famosas fontes de águas quentes, na verdade e incontestavelmente, sua maior e peculiar atração. A quente novidade se resumia com destaque primeiramente para o complexo hoteleiro de Rio Quente e depois para mais alguns hotéis e pousadas em Caldas Novas, propriamente.

Para quem chegue hoje tanto em veículos como por via aérea, descortina-se um emaranhado de arranha-céus. Todos praticamente muiito altos e densos na largura e profundidade, dispostos aleatoriamente, justapostos até, tiram do visitante, à primeira vista, aquela idéia de uma cidade calma e relativamente pequena. O aspecto atual, de fato, não agrada.

O centro velho, igualmente rodeado de barracas enormes e prédios de todo lado, oferece o quadro de uma praçca fechada, além do seu comércio característico à moda da Vinte e Cinco de Março.

Não faltam hotéis luxuosos, fora entretanto do alcance da camada comum de visitantes. Os enormes e compactos edifícios, observados de per si, muitos deles, de extremo bom gosto e elevado padrão. Mesmo assim não se destacam dada a proximidade entre eles. Como acontece em estâncias de nomeada e locais turísticos por excelência, após os feriados, ficam vazios, eis que de propriedade, na sua maioria, de não residentes.

Bom negócio para a Prefeitura, na coleta de IPTU, produto que ironicamente não se vê em geral retornar devidamente na forma de benefícios ao povo. Guarujá que o diga!

Perguntado - a alguém de lá - se ao lado de tão desmedido e rápido crescimento, haveria também novas praças, jardins, recantos de lazer, bosques e que tais. Praça, diz o cidadão, é exatamente aquela da Igreja Matriz. Conceda-se que esse habitante local não tenha sabido se expressar, mas parece que não houve mesmo melhorias da espécie. Firma-se cada vez mais a desenfreada procura de qualquer canto de terra para nele se edificar. Faça-se também a ressalva de que a gente se hospedara no mesmo núcleo de outra vez e há muitos anos e que Caldas Novas visitada no seu todo não seja tão decepcionante assim na sua visão urbana. Para este trabalho, não assim uma incursão pelos quatro cantos da estância que tanto atrai turistas.

Foi tudo que se pode colher, a partir do fato de se estar localizado no formidável complexo balneário do SESC, praticamente sem dali sair, com o que em três dias, mesmo assim, não foi possível fruir na totalidade dos infindáveis entretenimentos.  Com realce maior, obviamente, de na maior parte se gozar das muitas piscinas existentes e, de sobra, com um enorme e maravilhoso espaço de contato direto com uma exuberante natureza.     

Mas o reflexo da antiga proibição, ora vencida, de construção de prédios altos, já se opera. Existe um plano de controle ambiental específico nesse sentido. Vige uma norma de ordem pública para controle e limite no uso da água de poços artesianos, eis que, faz tempo, a água local perde gradativamente sua temperatura. Só se constrói um novo poço se outro for fechado.

Tomara a estância de conceito internacional nao se veja futuramente obrigada a se anunciar como aprazível localidade para se tomar banhos de água morna.

Registram-se enfim somente meras impressões colhidas de pronto, sujeitas a informes que ampliem a matéria em termos adequados e forneçam dados outros. Tomara não corra risco o alto conceito e interesse despertado nos turistas de todos os cantos do Brasil. 

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