Católico Não Vota em Abortista
Duas eleições presidenciais atrás, o então Papa Bento XVI encontrou-se em Roma com bispos do Regional Nordeste 5 (Maranhão). Era o mês de outubro de 2010 e o país estava polarizado entre os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Passou o tempo mas, faltando poucos dias para nova eleição à Presidência da República, o Brasil continua polarizado. Só que agora o antagonismo é entre petistas e anti-petistas.
Na ocasião, o atual Papa Emérito (Joseph Ratzinger está bem, obrigado, com seus 91 anos de idade) aproveitou para alertar os bispos brasileiros a respeito da necessidade de orientar politicamente os eleitores católicos. Como sabemos, a Igreja Católica sempre orientou seus fiéis apontando quais são as qualidades e condutas de um bom candidato. Jamais orientou diretamente o voto, apoiando esse ou aquele candidato. O católico tem seu livre-arbítrio para escolher uns entre tantos, após considerar algumas orientações gerais da Igreja.
Diante do nosso contexto atual, no qual temos uma eleição importante e uma nova ofensiva da militância pró-aborto no país, desta vez via pressões no Poder Judiciário, vale recordar algumas afirmações de Bento XVI que permanecem úteis no tempo presente:
“Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas” (citando a constituição pastoral Gaudium et Spes, parágrafo 76).
“Seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural” (citando a exortação apostólica Christifideles laici, parágrafo 38).
“Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático - que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana - é atraiçoado nas suas bases” (citando a carta encíclica Evangelium vitae, parágrafo 74).
No Brasil e no mundo há católicos e “católicos”. Os praticantes e os “de boca”. É uma realidade presente nesta que é a mais antiga instituição humana, com mais de dois milênios de existência. Aos católicos praticantes, fica claríssima a orientação da Igreja vocalizada desde sempre e exemplificada aqui no que afirmou Bento XVI: católico não vota em abortista. Simplesmente porque não se pode dar um voto de confiança a alguém que depois, por um projeto de lei e na base da canetada, aprove o assassinato de bebês via Sistema Único de Saúde (SUS) custeado pelos nossos impostos.
O eleitor católico, realmente esclarecido e interessado, procura descobrir as propostas dos candidatos. Os que forem a favor do aborto devem ser descartados. Os que gaguejarem diante da questão, também. Católico vota em candidato que seja enfaticamente a favor da Vida, em todas as suas fases e circunstâncias. O resto é armazém de secos e molhados.