Publicado: Sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Celibato, Jabor e outros mais
O assunto deveria esfriar porque muitos estão escrevendo sobre coisas que não entendem muito bem e com isso dizem série de impropriedades que não podem vir a ser consideradas como verdade.
O renomado Jabor, em sua apreciada coluna das terças-feiras no Caderno 2 do Estadão, em 20/10/2007 (e também no Correio Popular de Campinas), baseado no insólito escândalo referente às denúncias do Padre Júlio Lancellotti, relata episódios de sua infância em colégio de padres onde sofrera beijo de elevado teor erótico e, na sua prolixidade dissertativa, como desbocado e exuberante cronista que é, tece pictóricos quadros dos alunos em efervescência sexual.
Escreve também sobre a nociva pedofilia que o celibato pode acarretar para os sacerdotes da Igreja católica. Conclui suas tendenciosas considerações a respeito do episódio e do celibato que, naturalmente, só poderão ser aceitas pelos mais desinformados e incultos.
O eminente articulista Fábio Toledo, do Correio Popular de Campinas (5/11/2007), acostumado como magistrado a atuar com serenidade e prudência, tece razoáveis e elogiáveis críticas ao trabalho do Jabor, como cristão e católico que é.
Faz necessária apologia à virtude da castidade, tão desprezada e ridicularizada nos tempos atuais, mas imprescindível para a existência do verdadeiro amor e solidez da família, também vítima da permissividade sexual dominante.
Leitores desse mesmo jornal, do mesmo modo, opinaram a respeito, sendo de se destacar o inteligente texto da estudante de medicina Mayara S.Kunii que afirma com absoluta clareza: “Ao contrário do que falou Jabor, o exército de deprimidos é formado por essas pessoas cuja fonte de felicidade é o sexo, pois não é esse que irá saciar a sede de infinito da alma humana.” (C. Popular de 14/11/07).
O articulista C.Alberto N. Junqueira, nesse mesmo jornal e dia, porém, foi bastante infeliz em sua manifestação porque, demonstrando sua idiossincrasia contra a Igreja Católica, predominante no Brasil, a considera apenas como “instituição humana”, inventando em seu texto, a teoria de que o celibato existe para se evitar o direito de herança e os eventuais processos sucessórios dos “bens amealhados das contribuições oriundas do crédulo rebanho”.
Ora, o crédulo rebanho de que fala o articulista só pode ser os milhões de pobres que não têm condições de fornecer quaisquer contribuições financeiras, mas recebem da Igreja se não o amparo material (que ela não têm condições de dar por completo), ao menos o conforto espiritual, imprescindível para a manutenção da fé e da vida cristã.
O ilustre articulista fala de lógica, silogismo e sofisma, mas embaralha a questão quando afirma que “a pedofilia pode não ter como única causa o celibato, mas indubitavelmente, essa castidade antinatural é um fator coadjuvante....”. E logo abaixo conclui: “claro que não se deve generalizar; nem todo celibatário está adstrito à desvirtuada conduta sexual”.
O correto seria chamar de antinatural a pedofilia, não o celibato, que é estado de vida não apenas exigido aos padres da Igreja Católica Romana (que fazem o voto de castidade), mas seguido por multidão de solteiros, nem todos vivenciando a castidade, ou melhor, deixando de ter vida sexual . A parte final do nebuloso texto de C.Alberto é de incrível leviandade e incultura, não merecendo maior perda de espaço e de tempo.
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