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Publicado: Quarta-feira, 30 de março de 2011

Cenourinha da Alegria

Crédito: Internet Cenourinha da Alegria

Não sou da capoeira, embora admire este esporte tão brasileiro. Mas não tive como deixar de me entristecer ao receber a notícia da morte do Luís Carlos Pereira, mais conhecido como Nicalo. Ou então, como prefiro recordar, o famoso palhaço Cenourinha.

Eu o conheci muitos anos atrás, nas primeiras coberturas que fiz como jornalista. Foi especificamente numa Festa do Peão, onde Cenourinha trabalhava divertindo o público com seus pulos e estripulias durante os intervalos do rodeio. Era contagiante vê-lo em ação, misturando acrobacias e tombos propositais.

Vi também Cenourinha atuando junto ao comércio ituano em determinadas épocas do calendário comercial. Era contratado por lojas com o objetivo de atrair os clientes e diverti-los. Impossível não notar sua presença, não apenas devido aos trajes coloridos, mas sobretudo pela habilidade que tinha de angariar a simpatia de qualquer desconhecido que passasse pela rua.

A morte trágica do Luís Carlos levou o Cenourinha junto. Nicalo deixará muita saudade entre os capoeiristas da região. E Cenourinha deixa uma lacuna cada vez mais difícil de ser preenchida: hoje nem todos se interessam pela arte das palhaçadas e os que levam jeito andam quase todos em Brasília (DF).

Fica no vazio que sentimos uma sensação de revolta contra a violência. Fica também um sentimento de que as coisas não deveriam ser assim. Mas o que deve prevalecer são as boas lembranças daquelas pessoas que nos deixam. Cenourinha sempre espalhou alegria por aqui. Que esta alegria permaneça viva em nossas memórias.

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