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Publicado: Sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Censura e Liberdade

         Em fins do século passado, articulista de grande matutino da capital escreveu, sobre a volta da censura. Temia o retorno dela, principalmente em face do erotismo e pornografia que algumas emissoras de tevê estavam lançando no ar, em desesperada concorrência para conseguir o interesse de maior número de telespectadores.

 

Dizemos nós, já neste século XXI, que a programação de tais emissoras realmente preocupa, porque a difusão da imoralidade é a maneira de corromper a sociedade, principalmente os jovens em formação e as inocentes crianças, tesouros da nacionalidade.

Não se diga que a modernidade ou a liberdade exigem ou não impedem essas programações. Precisamos explicar para os que não conhecem e relembrar para os que sabem, o exato conceito de liberdade. Para tanto, vamos nos socorrer do ensinamento de um dos maiores filósofos americanos, Fulton J. Sheen: “A liberdade não é direito de fazer o que me pareça, nem é a necessidade de fazer o que quer que o ditador me imponha: ao contrário a liberdade é o direito de fazer o que eu devo”.

 

Essa palavra “dever” diz ele, significa que o homem é livre. “O fogo é necessariamente quente, o gelo é necessariamente frio, mais o homem deve ser bom”. Liberdade não é fazer tudo que se queira. Exemplifica: pode-se roubar o vizinho, bater na mulher dele, matar os animais que possuo etc., mas não se deve fazer isso, porque deve implicar moralidade, direitos e obrigações.

 

A mais alta forma de liberdade ainda seguindo a doutrinação do eminente mestre é “fazer o que devemos”, pois nos conduz ao perfeito desenvolvimento da nossa personalidade. Fazer o que queremos (coisas más ou proibidas) é a degradação da espécie, a renúncia à racionalidade humana.

 

A Constituição aboliu toda e qualquer forma de censura. Mas, no que diz respeito a programas de televisão etc. (Artigos 220 e 221), deixa para a lei regulamentar quanto à idade e horários, a conveniência da exibição de filmes e novelas, violadores ou ofensivos à moral e aos bons costumes, rotulados em linguagem moderna como “valores éticos e sociais da pessoa e da família”.

 

          Os senhores legisladores, tão omissos nas obrigações para que foram investidos naquele dia inspirado, do trabalho consciente, induvidosamente saberão acolher o anseio dos seus representados e, na regulamentação aguardada não se olvidarão, por certo, de proibir a imoralidade, inclusive às “chamadas” obscenas e deseducativas em qualquer horário.

          Liberdade fora da lei não existe: se desobedeço às leis de trânsito posso perder a liberdade de guiar; se desconsidero a lei da gravidade, inclusive de viver. Saibamos encontrar a plena liberdade com a incansável prática de ações nobres e que nos elevem e nos dignifiquem como pessoa humana.

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