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Publicado: Domingo, 27 de junho de 2010

Centenário de nascimento de Dom Gabriel

A Comunidade Carmelita fez realizar na noite de 22, terça feira, solene Missa em Ação de Graças pelo primeiro centenário de nascimento de Dom Gabriel Paulino Bueno Couto. Uma noite fria, mas daquelas cerimônias de enternecer.

Missa presidida por Sua Exa. Revma. Dom Vicente Costa, bispo diocesano, concelebrada pelo Frei Sílvio e Frei Clóvis, daquela Casa, além do Frei Tadeu como representante do Provincial da Ordem e, ainda, pela maioria dos titulares das paróquias de Itu, padres de Jundiaí, diáconos e ministros. Presença das principais autoridades em Itu.

A unção e uma profunda espiritualidade pontuaram vivamente a celebração, com as intervenções do Frei Sílvio, Prior do Carmo e com a homilia de Dom Vicente. Este, de posse recente na Diocese e diante das freqüentes e repetidas visitas a Itu, não escondeu sua simpatia por esta cidade, a ponto de S. Exa., ele próprio, assim se manifestar naquela noite memorável.

Impecável a participação do coral, mediada de entradas em solo do  Roberto, intérprete exímio e afinado.

Houve ao final, confraternização nos interiores do Convento, com a alegria estampada no semblante de todos os convivas.

Permita-se então, à vista de data tão cara aos ituanos, uma pequena digressão sobre alguns fatos relacionados à pessoa do homenageado.

De Dom Gabriel, por causa de seus modos, tom leve de voz e um poder convincente de persuasão, mas tudo sempre com particular doçura, é que fica viva a sua extraordinária personalidade de santo homem de Deus. Felizes os que o conheceram e dele privaram de algum contato mais próximo.

Por parte da Academia Ituana de Letras, desde sua fundação, Dom Gabriel é alvo de expressiva homenagem, com se lhe atribuir o patronato da Cadeira número 27, naquela Casa.

Não sem motivo que seu processo de beatificação esteja com os papéis já na esfera da Santa Sé.

Impressionante como aquele homem franzino, de passos lentos, numa contradição milagrosa, enchia os ambientes por onde fosse ou passasse. Nas solenidades, Dom Gabriel, pequenino, parecia de si não querer chamar a atenção. Eram porém visíveis uma espécie de justo orgulho e veneração como todos o recebiam. O brilho do afeto e respeito das ovelhas, para com o pastor modelo. Olhavam-no, já naquela época, como a um santo. E o era. Tanto que após sua morte se lhe descobriu, entre seus guardados, cilícios e instrumentos outros de sacrifício. Algo inimaginável para a era moderna. Caracterizou-se sobretudo como pessoa eminentemente de oração.

Frade carmelita, aperfeiçoou-se em Roma. Cumpriu demorada e sofrida enfermidade, o que certamente o levou a santificar-se ainda mais.

Quem acompanhou a temporada ituana de Dom Gabriel, de vários proveitosos anos, nas suas aulas de segunda feira no Salão Paroquial, bebeu da fonte generosa de suas virtudes. Falava por hora e meia, aos afiliados ao movimento da Igreja, os Cursilhos de Cristandade, no auge naqueles tempos. Esse apego aos Cursilhos, autêntico encontro com Cristo, explicava-se pelo seu espírito nitidamente evangelizador. Deixou, a propósito, uma máxima lapidar: “Dar Cristo ao homem que ainda não o possui; tornar consciente de Cristo o homem que já o possui”.

As suas exéquias, na praça central de Jundiaí, pararam aquela cidade.

A população, acrescida dos fiéis vindos de toda diocese, esteve a venerar seu pastor inesquecível e o conduziu com amor e saudade à sua cripta, na Catedral de Nossa Senhora do Desterro.

Os cumprimentos e a gratidão à Ordem do Carmo em Itu, pelo fervor da celebração, com o que ofereceu aos fiéis momentos de elevação espiritual, na justa homenagem que se presta ao saudoso e humilde Pastor.

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