Publicado: Segunda-feira, 25 de maio de 2009
Cheira bem, cheira a Lisboa!
Já cheira a verão em terras lusitanas, e esse aroma começa a invadir o espírito das pessoas, as ruas ficam lotadas de eventos e pessoas circulando por todos os lados. É a melhor época do ano, na minha opinião, para se antenar de tudo o que esta acontecendo, sair debaixo do cobertor, colocar uma roupinha fresca e circular!
É dada a partida para as festas de Lisboa, um calendário cheio de opções para comemorar o verão e o aniversário da cidade, já em junho. Os eventos são muito ecléticos dessa vez, o que vale ressaltar, porque atingi todos os gostos e classes. É interessante perceber a combinação de rua e património, lazer e tradição, generosidade e evasão.
Marchas e arraias populares, desfiles, shows, espetáculos, exposições, ateliers, workshops, festivais, artesanatos, mostra de cinema, fado (dentro e fora de portas, na rua, de carona em transportes públicos), entre mil outras iniciativas, preenchem a cidade até dia 15 de julho, numa programação pensada para os habitantes da cidade bem como os estrangeiros que invadem e curtem conosco esse clima.
A imagem clássica das sardinhas assadas como símbolo das festas , esse ano vem com uma nova roupagem, concebida por sete artistas plásticos de diferentes sensibilidades.
O evento que marca o inicio do calendário é o Desfile das Máscaras Ibéricas, super interessante, que junta participantes do Nordeste transmontano e de várias regiões de Espanha. Cada região possui suas máscaras próprias, acompanhada de uma banda, pode-se dizer assim, e de muito barulho! Os componentes interagem com o público, convidando-os a dançar no meio de desfile.
Dentro do calendário destaque para pequenas peças de teatro em algumas estações de metro, e em alguns ônibus. Sendo o que me chama mais atenção são os fados cantados nos elétricos que circulam nas regiões históricas da cidade. São fadistas bairristas que mostram seu trabalho nos elétricos, tanto para os moradores como para os estrangeiros, que adoram!
Acontecendo ao longo do percurso realizado pelos elevadores mais emblemáticos da cidade (Glória, Bica e Santa Justa, que são Monumentos Nacionais) o Jazz as Onze, como o próprio nome diz, espetáculo realizado as 11 das manhã e as 11 da noite .
Já falei a vocês sobre o Castelo de São Jorge, lugar bárbaro, vista estupenda sobre a cidade, e onde teremos o Mundo Mix, ponto de encontro de novos talentos, novos projetos e idéias, facilitando a entrada no mercado de novas marcas e produtos.
O clímax das festas acontece na madrugada de dia 12 para 13 de junho que são os arraias populares, já mencionado nesse espaço, mas fascinante sempre. É no dia 12 que se realizam os casamentos de Santo Antônio, marca da tradição popular de Lisboa, onde pessoas menos favorecidas realizam o seu grande sonho numa cerimônia conjunta.
No contexto do arraial, realiza-se o Arraial Pride, um dos maiores eventos pela defesa da igualdade de direito para lésbicas, homossexuais, bissexuais e transgêneros.
Não pode faltar o Fado, que terá uma festa própria, estendendo os concertos habituas ao Museu do Fado, onde a guitarra portuguesa é anfitriã. Um dos objetivos é trazê-lo a um publico menos habitual, apresentando projetos alternativos e emergentes dentro do universo musical fadista.
No âmbito das bandas, realiza-se o Com’Paço, II Festival de Bandas de Lisboa, que promove e dinamiza o trabalho das Bandas e sua música, onde o público pode se aproximar da realidade e qualidade do trabalho. Esse projeto também aposta na formação de novos músicos, havendo um workshop ministrado por maestros de várias orquestras.
Dentro desse cartaz existe um que eu não perderei: Real Combo Lisbonense e Roda de Choro de Lisboa, com um repertório de clássicos da música portuguesa que recupera o espírito de baile dos anos 50 e 60. Dentro disso haverá uma proximidade das linguagens lusófonas, sendo que a roda de choro procura recriar o espírito do Rio dos nossos avós. O chorões vestem-se a rigor e interpretam a música de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Waldyr Azevedo e muitos outros.
No show de encerramento, um grande cantor português, Jorge Palma, quem não conhece vale a pena procurar ouvir.
Convido a todos para participarem dessa grande festa na terrinha, sentirem o cheiro dos manjericos e nunca é demais uma promessa a Santo António!!!!!
“Qualquer coisa para a música
Cinco mil réis, uma coroa ou um tostão
Mas se não tens dinheiro
Deixa lá, meu irmão
Se a nossa companhia te animou
Valeu a pena a canção…”
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