Publicado: Terça-feira, 23 de outubro de 2007
Chocolate: Mocinho ou Vilão?
Chocolate: para as astecas (xocolati) era uma bebida sagrada, o alimento dos deuses. Somente o conselho de guerra e os soldados tinham permissão para bebê-lo, devido aos super-poderes atribuídos a quem o tomava. Hoje em dia muito chocolate é uma paródia. O verdadeiro é escuro e amargo.
Não há evidências científicas de que o chocolate seja capaz de causar dependência, porém alguns estudos mostram que o chocolate pode desencadear comportamento de compulsão e busca frenética, principalmente entre as mulheres. Existem algumas teorias e muitas controvérsias nas possíveis explicações de como o chocolate induziria a um comportamento de adição (uso abusivo e síndrome de abstinência), uma dessas teorias sugere que a busca pelo chocolate poderia ser motivada por deficiência de micronutrientes, tais como o magnésio. O estresse leva a um aumento da excreção renal e diminuição da absorção intestinal de alguns minerais. Uma deficiência de magnésio pode interferir nos níveis de dopamina (neurotransmissor, precursor natural da adrenalina estimulante do sistema nervoso central) e assim alterar o humor, o chocolate é uma fonte deste mineral, porém vale lembrar que as maiores fontes de magnésio são as castanhas, os cereais integrais e os vegetais verdes.
Apesar das poucas evidências, sabemos que a escolha dos alimentos depende de fatores ambientais, orgânicos e cognitivos. O ser humano acaba sendo condicionado a consumir determinado alimento em algumas situações específicas: como o bolo no aniversário, o chá quando está resfriado, e, de certa forma, o chocolate quando está triste ou decepcionado. O chocolate, muitas vezes é utilizado como alívio ou compensação.
Considerado o grande inimigo das dietas, o chocolate lidera o ranking dos alimentos mais desejados por crianças e adultos. Seja porque alivia o estresse e a ansiedade, supre “carência emocional”, repõe energia ou simplesmente porque é um ingrediente universal, seu sabor agrada os paladares nas mais diversas culturas gastronômicas.
Vilão ou mocinho, tudo depende do bom senso de quem o consome, porque o excesso pode por fim a mais rígida dieta alimentar.
Alguns profissionais até defendem o consumo do chocolate, principalmente o amargo, que é feito do cacau puro e sem a adição das gorduras do leite, contém alto teor de flavonóides (antioxidantes que reduzem os riscos das doenças cardiovasculares). Além disso, o cacau contém uma quantidade considerável de ácido oléico, o mesmo do azeite de oliva, gorduras monoinsaturadas: gorduras do bem, ela protege as artérias, elevam o bom colesterol (HDL) e diminuem o colesterol ruim (LDL).
Todavia esses benefícios do chocolate amargo não se aplicam ao tradicional (ao leite) e ao branco, devido às gorduras saturadas provenientes do leite acrescentado no processo de fabricação. “É o mesmo que usar azeite de oliva na preparação de um cardápio fast food, rica em gorduras saturadas”.
Por isso, é preciso tomar alguns cuidados para que as propriedades nutritivas do chocolate não se transformem em inimigas. Um desses cuidados está em saber escolher o melhor chocolate. A qualidade do produto faz muita diferença. Isso porque, para diminuir os custos de produção, muitos fabricantes adicionam mais gordura hidrogenada.
Comer chocolate sim, mas com moderação. “Muitas pessoas tornam-se compulsivas. Por isso sugerimos que os “chocólatras” tentem conter a ansiedade também com exercícios físicos, que podem diminuir a necessidade do chocolate.”
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