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Publicado: Sexta-feira, 24 de agosto de 2012

CIEE - Jornadas culturais

Primeira parte.

O CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola, unidade de São Paulo, fez realizar nos dias 9 e 10 deste agosto, duas jornadas culturais de elevado nível e muito concorridas.

A primeira, a versar sobre Jornalismo, Publicidade e Propaganda, aos cuidados do profissional Eugênio Bucci, colunista, com passagens anteriores na revista Época e no Estadão.

O palestrante foi apresentado pelo Conselheiro do CIEE, Dr. Ruy Martins Altenfelder Silva que, por sinal, preside a Academia Paulista de Letras Jurídicas.

O professor Eugênio Bucci começou por lembrar que só se consagra o primado da comunicação, desde que haja liberdade, aquela em que não se aprisiona o pensamento.

Quanto à publicidade e à propaganda, ali compostas por sinonímia, objetivam vender pela via do convencimento.

O jornalismo, na verdade, já existia desde Heródoto, eis que ele próprio um perfeito contador de histórias. Mas, se houver pretensão em fixar seu aparecimento, que o sejam as inscrições rupestres. Quanto a se pretender fixar uma data no calendário, ela advém da Revolução francesa.

Democracia e Imprensa andam juntas e só assim esta se concebe, donde jamais poderá haver lei que a censure.

No que respeita a se exigir diploma para o exercício da profissão, nisso não se veria improcedência, muito embora se possa levantar dúvida séria quanto a se impedir que alguém escreva livremente, a seu talante, numa sensata expressão do pensamento. De se notar, por exemplo, que nos Estados Unidos, na França e na Espanha, países notoriamente mais adiantados, inexiste o pressuposto da formação específica.

Segunda parte.

Como se mencionou atrás, outra manhã literária, viveu-se, logo no dia seguinte, 10 de agosto, nas mesmas dependências do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), com o fito de se proporcionar comemoração condigna àquela data, justamente a do centenário do consagrado escritor brasileiro, Jorge Amado.

Aquela instituição reuniu então para diversas palestras, figuras de excepcional projeção, também coordenadas pelo Conselheiro Dr. Ruy Matins Altenfelder Silva que, após a apresentação e comentários sobre o homenageado, foi sucedido pelos seguintes oradores: Sra. Ana Maria Martins (Presidente da Academia Paulista  de Letras), Luiz Gonzaga Bertelli (Presidente Executivo do CIEE), Paulo Natanael Pereira de Souza (Presidente Emérito do CIEE) e Arnaldo Niskier (membro da Academia Brasileira de Letras).

No plenário do Teatro do CIEE, na primeira fila, foram acomodadas também outras ilustres personalidades.

Por mais de duas horas, todos falaram, a tecer particularidades sobre o escritor e, como orador derradeiro, pronunciou-se de modo mais distendido o Dr. Arnaldo Niskier. Amigo pessoal do escritor, entremeou sua fala com a menção de ocorrências curiosas, como aquela de quando do casamento de sua filha. Nesse dia, convidado natural, Jorge Amado compareceu com um solidéu até algo chamativo, ao que o Dr. Arnaldo o fez notar. Jorge Amado insistiu no uso, eis, - dissera - o comprara em Moscou para o fim especial de assim estar naquela cerimônia.

Lembrou que em qualquer Biblioteca fora do Brasil, quanto a publicações nacionais, os primeiros livros que se mencionam e reverenciam, vêm a ser os de Jorge Amado. Autor de cinquenta obras, está vertido para quarenta e nove línguas. Insistiu em que, na Europa, incluído aí todo o Leste Europeu, as bibliotecas são consideradas autênticos santuários.

Ele, Dr. Arnaldo, declara ter orientado com habilidade e prudência, entre os seus pares, os fatos que levariam exatamente a esposa, Zélia Gattai, a ser eleita para a vaga de Jorge Amado, na Academia Brasileira de Letras.

Em tom jocoso, deu a entender que o voto na ABL é absolutamente secreto, mas que meia hora após a eleição fica-se sabendo exatamente quem votou em quem.

Enfim, relembrou ser Jorge Amado um escritor telúrico, eis que seus temas se circunscrevem sempre a Itabuna e Ilhéus, modos e costumes da Bahia em eras de prosperidade advinda da cultura de cacau.

Ambos os encontros foram precedidos da oferta de um café, servido a todos os inscritos e convidados, num clima de expectativa, que ao final se viu plena e agradavelmente preenchido.

Labora assim o CIEE numa propositura aberta e convidativa a quantos desejem horas de lazer, surpresa e aprimoramento na cultura.

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