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Publicado: Segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Como evoluir da indiferença para a cura com um "click"

A semana surpreende, ao colocar no foco do mundo o reconhecimento que a Paz se faz com um combate continuo, responsável e curativo para as feridas da pobreza. Muhammad Yunus é um bengalês que curou a fome e a miséria para cerca de 6,5 milhões de pessoas, e exportou sua idéia para outros 40 paises. O micro-crédito é na verdade uma chance ao potencial dos excluídos. O premio Nobel da Paz, um reconhecimento merecido.

A vida globalizada é cheia de paradoxos nos quais pouco pensamos e blindamos num compartimento seguro a nossa responsabilidade sobre o coletivo.

O paradoxo que o mundo enfrenta é de mais de 800 milhões de pessoas famintas e nascimento de mais de 20 milhões de crianças de baixo peso...

Os espaços para reformas sociais diminuíram muito por conta das orientações do mercado, que comercializa, principalmente as doenças.

O que vemos hoje e passaremos para nossos filhos é uma decomposição progressiva da solidariedade e uma deteriorização da ética pública, penalizando sempre os mais fracos.

A pobreza não existe por conta do pobre e sim por conta da indiferença letal das pessoas.

Um gesto único, multiplicado por formiguinhas se contrapõe ao compromisso mundial de redução da pobreza feito pelos paises ricos, que investiriam 0,7 % (!!!) de suas riquezas no combate das desigualdades e hoje exibem um histórico vergonhoso de investimento de 0,24 %.

Ou seja: ou nos tornamos parceiros do nosso pequeno universo, ou comprometeremos o futuro de nossos filhos, pois a galopante diferença entre os excluídos e os incluídos sociais se torna mais visível, dia a dia.

Esse Bengalês que abriu uma brecha entre as teorias de paz através da anti-guerra ou da proteção ambiental, fez um foco único na percepção da necessidade dos desvalidos de dignidade e direitos humanos.

É um contraponto importante e reflexivo em relação à importância da saúde física e mental das pessoas e sua capacidade de superação das diferenças sociais. Porque não acreditar?

Na saúde temos paradoxos assustadores em relação à incorporação de tecnologia e combate a doenças como Dengue, Tuberculose, Hipertensão, Diabetes, AIDS, entre outras. Aposto que você não imagina que a Tuberculose mata 10 milhões de pessoas ao ano, a Pólio ( paralisia infantil ) atinge 15 paises da África e Oriente Médio e a Cólera é problema pra mais de 70 paises no mundo. A miséria associada à fome, falta de saneamento, violência, turismo sexual e desemprego são determinantes sociais na saúde , provocando situações incontroláveis de Saúde Pública no Brasil e Mundo.

Esse é um pensamento norteador para seu voto, daqui alguns dias.

Se existe um parâmetro importante é o de inclusão social para uma vida digna.

Se existe uma ação que deve ser valorizada é a do cuidado com o próximo, bem próximo de você e que não possui as mesmas condições de enfrentamento que você.

Ao pensar na paz do mundo, vida digna, inclusão e saúde como direito, pense também que seu voto hoje, é uma ferramenta que poderá mudar realidades inimagináveis, mas que a partir da sua reflexão se tornam uma responsabilidade única na escolha do seu representante.

A Política é uma área densa, pantanosa, nublada; mas acredite no futuro, saia do seu pequeno mundo e invista em algum sonho proposto.

É saudável se conectar com o mundo. É preciso construir grandes e pequenos planos que reorientem conceitos de ética, moralidade e direitos humanos.

Na dúvida, lembre-se de Bangladesh e Muhammad...

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