Convenção de Itu, a nova
Passou para a história do Brasil a ousadia daquelas personalidades que, em 1873, realizaram em Itu a celebrada “Convenção de Itu”.
A sala e os respectivos móveis, com destaque das cadeiras de cada um, continuam lá, no Museu Republicano Convenção de Itu, na mais central das vias públicas.
No cenário do país, naqueles idos, Itu representava sim um polo político de relevo e influência e justamente aí se explica porque vindos de variadas regiões, tantos importantes personagens a tenham escolhido para daqui lançar o primeiro brado de mudanças.
Não faltarão mentes lúcidas e que apesar disso certamente não sabem da força que elas poderiam representar, para por isso mesmo ver nestas considerações um sonho fora de quaisquer cogitações.
O momento político de ultraje aos brasileiros – o dos últimos anos e que ora culmina com o que de mais ousado já se perpetrara aqui, - essencial e justamente no exercício dos cargos eletivos, pede sim um gesto que alie serenidade com determinação. O momento político brasileiro está apodrecido e a prática das propinas e desvios não poupa sequer municípios.
É bem assim: ganham notoriedade os descaminhos de Brasília e pouco se comenta dos governos estaduais, tal como nessa esfera alguma coisa se conservasse impoluta. Não. Sequer as prefeituras e câmaras de vereadores nos últimos tempos escaparam dessa volúpia insana pelo dinheiro.
O já algo cansativo baluarte das televisões no país – o Fantástico – escolhe semanalmente um dos milhares casos de assaque aos cofres, Brasil afora.
Cidadezinhas de pouca expressão, também elas aprenderam a tecer um proveitoso conluio.
O surgimento das operações da Lava Jato, num primeiro momento, causaram a impressão de que a ganância poderia estar assustada e temerosa. Com que pasmo esses bandidos da pátria, parecem ter percebido que a ingenuidade popular a supor cobro da voracidade deles, levou-os a aprimorar, isto sim e sem medidas, seu descaramento. Paralelamente ao fluxo das ações de Curitiba, acenderam-se com mais força as garras insaciáveis do descalabro.
Eia, pois, que, a exemplo do passado, por que não se criar um módulo que comece modestamente, aqui nesta cidade, a repensar maior envolvimento e estudado e criterioso foco de ações, para arremeter uma boia salvadora nas águas da tormenta nacional.
Sem alarde, pés no chão e cabeça no lugar, mesmo que os resultados de uma iniciativa os seus mentores nem cheguem a ver e constatar, mas que as gerações vindouras de novo percebam que tal semente do Brasil novo fora em Itu replantada.
Simplício, sozinho, também já recolocara Itu no mapa.
Exemplos, então, não faltam.