COP 15

A sociedade poderá cobrar a consistência dos acordos e políticas de redução de emissões de CO2.

A Convenção das Nações Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC) foi lançada na Eco-92, no Rio de Janeiro, com o objetivo de “estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em níveis seguros”. Entrou em vigor em 1994, após a assinatura de 166 países.  Desde então, os países que a ratificaram, têm se reunido anualmente na Conferência das Partes (COP) para promover a implementação dessa Convenção.

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas- COP-15, será realizada de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague (Dinamarca), e é esperada com grande expectativa por muitos, que querem saber se o mundo vai “acordar” sobre as ameaças do aquecimento global. 

Diminuir a emissão de gases de efeito estufa implica modificações profundas no modelo de desenvolvimento econômico e social de cada país, com a redução do uso de combustíveis fósseis, a opção por matrizes energéticas mais limpas e renováveis, o fim do desmatamento e a mudança de nossos hábitos de consumo e estilos de vida.

A expectativa é de que os países ricos assumam metas de redução de 25% a 40% de seus níveis de emissão em relação ao ano de 1990, até 2020.

Contrariando a todos, Estados Unidos e China já anunciaram que não será possível definir números para essa redução, defendem que se assine um compromisso político e que as metas sejam fechadas em um próximo encontro.

IPCC

O 4º relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, relata que a temperatura da Terra não pode aumentar mais do que 2º C. Para frear o avanço da temperatura, é necessário reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, responsáveis por reter mais calor na superfície terrestre. Segundo especialistas, o ideal é que a quantidade de carbono não ultrapassasse os 350ppm, no entanto, já estamos em 387ppm e esse número cresce 2ppm por ano.

Efeito estufa

Para entender melhor sobre o que significa aquecimento global, é necessário descobrir primeiro como é o efeito estufa. A atmosfera, camada de ar que envolve a terra é feita de vários gases, entre eles o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O). Esses gases são os chamados de “efeito estufa”, pois podem reter o calor na atmosfera, num processo natural que faz parte do equilíbrio do planeta. Quando esses gases de efeito estufa aumentam na atmosfera de forma anormal – o que vem acontecendo nos últimos 100 anos, não naturalmente, mas por meio da liberação dessas substâncias por atividades humanas (como a queima de combustíveis fósseis, vindos do petróleo) - geram diversas consequências ligadas ao clima – aumento da temperatura média da terra, mudança nas chuvas de diversos lugares do planeta. É o chamado aquecimento global, que tem como grande consequência as chamadas Mudanças Climáticas.

O Brasil

Brasil é o quinto maior emissor de dióxido de carbono, o CO2, um dos gases de efeito estufa – 4% das emissões mundiais na atmosfera. 50% dessas emissões são causadas pelo desmatamento na Amazônia e no Cerrado. Embora o uso de combustíveis fósseis também contribua para aumentar os gases de efeito estufa na atmosfera, é o desmatamento a principal fonte de emissão por aqui.

O governo federal anunciou pela redução na projeção de emissões de gases-estufa para 2020 entre 36% e 39%. É fundamental, reduzir drasticamente o desmatamento na Amazônia e Cerrado.

Em São Paulo, a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) recentemente sancionada tem como avanço a meta de redução, em todos os setores da economia, de 20% da emissão de gases de efeito estufa até 2020, tendo por base o ano de 2005.

É preciso aumentar a eficiência energética (utilizar energia de maneira eficiente, sem desperdício), com cada um incorporando novos hábitos e novas tecnologias, como a eficiência energética no uso residencial e industrial, nos transportes e no planejamento urbano. Quanto menos emitirmos CO2, melhor. Acabar com o desmatamento ilegal, melhorando a fiscalização, restaurando as matas ciliares (que ficam nas margens dos rios e também os protegem da degradação) e incentivando os proprietários rurais a preservarem a vegetação nativa, são iniciativas a seguirem.

Devemos priorizar o transporte público e a infra-estrutura, aumentando a multimodalidade (isto é, a combinação de várias modalidades de transporte), para diminuir o uso de veículos que dependem de combustíveis fósseis. Sorocaba dá o exemplo das ciclovias que cortam boa parte da cidade, e têm total incentivo do poder público para que as bicicletas sejam encaradas como meio de transporte.

Pelo Mundo

Foi desenvolvido um estudo baseando em cenários de emissões feitos pelo IPCC. Com base no nível de emissão, os cientistas do Met Office e instituições parceiras fizeram projeções do aumento de temperatura da Terra e os efeitos que essa elevação causaria. O mapa destaca os efeitos severos na oferta de água, produção agrícola, temperaturas extremas e seca, o risco de incêndios florestais e elevação do nível do mar. Mais informações sobre os estudos que deram origem ao mapa podem ser encontradas clicando aqui!

Campanha Global de Ações pelo Clima – Tictac 

A Campanha é fruto de uma aliança de organizações não-governamentais, sindicatos, grupos religiosos que tem como objetivo mobilizar a sociedade civil e a opinião pública para que os governos se posicionem em prol de decisões concretas e justas para combater as causas das mudanças climáticas e amenizar seus efeitos.

Desenvolve ações em diversos países, com orientações e reivindicações a ser apresentada durante a COP-15.

Estabilizar as emissões de CO2 e depois reduzir ao máximo é a nova ordem. A sociedade de baixo carbono é um grande desafio, que tem quer ser enfrentado desde já!

Acompanhe a COP15, pense e ajude a melhorar a vida do nosso Planeta!