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Publicado: Sábado, 29 de maio de 2010

Copa do Mundo e Virada Paulista

Estamos prestes a assistir nova copa de futebol de mundo. De quatro em quatro anos a história se repete e os amantes desse esporte, que constitui a maioria do povo brasileiro, se empolga com a competição. O interesse é tanto, que os meios de comunicação há tempos, superabundam em notícias, entrevistas, biografias de jogadores etc., etc.

Neste ano até a convocação mereceu transmissão direta e lançaram-se álbuns de figurinhas extensos, com as fotos dos possíveis selecionados. O merchandising continua, até com a fiscalização pela FIFA de estádios para a futura e longínqua copa de 2014 que deverá ser realizada no Brasil!

Com isso tudo, o futebol torna-se poderosa fonte de renda para grande parte da população, não se podendo olvidar também, que atua negativamente em face da transmissão dos jogos, em horários de plenas atividades ocupacionais, etc.

Como a cultura futebolística é intensa no país (superabundam noticiários, mesas redondas, revistas, blogs, sites e agora até livros), todos são capazes de falar ou fazer algum comentário sobre o popular esporte. E é evidente, sobre a seleção que o Dunga convocou, a maioria concorda simplesmente para não carregar a pecha que “é do contra”.

Eu mesmo discordo dele, sobretudo por não ter convocado o Ronaldinho Gaúcho, craque consagrado e em plena forma e não levar a revelação Neymar, que poderia surpreender como fizeram no passado os incríveis Garrincha e Pelé. Mesmo assim, vamos torcer pela conquista do hexa, não nos esquecendo porém que futebol se ganha na hora do jogo e que teremos excelentes adversários pela frente, com qualidades também de conquistarem a vitória.

Enquanto se espera a chegada da Copa, vamos nos entretendo com o virado à paulista, digo, virada cultural paulista, verdadeira palhaçada, que naturalmente, deve trazer vantagens para muita gente, embora em visão globalizada, represente a ressurreição da filosofia do “panis et circensis” da decrépita Roma.

Não se pode conceber que entretenimentos culturais e artísticos sejam disponibilizados por vinte e quatro horas seguidas para o povão, que já se alimenta mal, e com isso perca as indispensáveis horas dedicadas ao descanso noturno, sendo estimulado para o consumo de bebidas alcoólicas e, eventualmente, de drogas!

O certo mesmo seria promover com frequência virado à paulista para o povão que se alimenta muito mal, distante imensamente do objetivo demagógico das três refeições diárias, proclamada alhures. A cultura artística poderia ser incrementada, por exemplo, não com essas absurdas noitadas, mas com a permanente gratuidade de ingressos para espetáculos teatrais, shows e espetáculos do gênero.

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